Maranata (Mt 18,12-14)
6 de dezembro de 2016O nascimento de Jesus é anunciado (LC 1, 26 – 28)
8 de dezembro de 2016“Vinde a mim todos vós que estais cansados e fatigados sob o peso dos vossos fardos, e eu vos darei descanso.
Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e vós encontrareis descanso.
Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.”
A liturgia de hoje, na festa de Santo Ambrósio, é extremamente apropriado para um período do ano em que a maioria costuma estar “beijando a lona” de esgotamento, após um ano intenso de trabalho e às vezes dificuldades.
A primeira coisa que o Senhor nos fala no Evangelho é: “Vinde a mim todos vós que estais cansados e fatigados sob o peso dos vossos fardos, e eu vos darei descanso.” Este é o grande convite que Ele nos faz na oração de hoje (e de cada dia). Ir a Ele. Parece óbvio, mas não é. Muitas vezes não vamos ao Senhor em nossa oração, ficamos dando voltas em nós mesmos e no turbilhão interior que trazemos. Ir ao Senhor, com tudo o que somos e temos, com o que carregamos de nós mesmos e dos outros, com os nosso fardos. E deixar que Ele nos dê o descanso.
E que descanso é este que o Senhor nos dá?
É o segundo convite: “Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e vós encontrareis descanso.” Jugo é uma peça de madeira usada para unir dois bois, para que andem no mesmo compasso enquanto puxam um arado ou uma carroça. Tomar o jugo do Senhor é andar no mesmo compasso que Ele. E qual é este compasso? Da mansidão e da humildade de coração.
A maior parte da carga que carregamos vem da energia que gastamos com nosso orgulho, nossas lutas interiores, nossos ódios, raivas e rancores, tudo o que se passa dentro de nós contrário à mansidão e à humildade. Isso nos sobrecarrega muito mais do que o trabalho em si, e nos fecha em nós mesmos, não nos deixando ter descanso.
A mansidão que o Senhor nos ensina nada tem a ver com passividade. Olhar para a vida de Jesus e viver em seu compasso, lado a lado com Ele, não nos deixa na indiferença nem nos faz ser bobos. Ao contrário, nos dá força e vigor (como diz na primeira leitura, de Isaías 40, 25-31) para viver a sua entrega em suas atitudes cotidianas, tão bem expressas no Salmo do dia (Salmo 102/103): Ele perdoa toda culpa, cura toda enfermidade, salva a vida, cerca de carinho e compaixão; é indulgente, favorável, paciente, bondoso e compassivo.
Receber todo este amor do Senhor, a cada dia, é que nos revigora para caminhar sem cansar nem parar no caminho da concretude do amor. E este amor dá vida plena, como Ele conclui no Evangelho de hoje: “o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.”
Peçamos a Ele que nos dê a abertura para nos colocar ao seu lado, tomando o seu jugo, e receber todos os dons que nos capacitam para amar. Que Ele nos ensine a descansar nEle.
Tania Pulier, comunicadora social, membro da CVX Cardoner e da Família Missionária Verbum Dei