Onde está o seu tesouro, aí estará o seu coração (Mateus 6, 19-23)
20 de junho de 2014Mateus 7,1-5 – Convertido e, então, conversor
23 de junho de 2014“Ninguém pode servir a dois senhores. Porque, ou odiará a um e amará o outro, ou será fiel a um e desprezará o outro. Vocês não podem servir a Deus e às riquezas.
Por isso é que eu lhes digo: não fiquem preocupados com a vida, com o que comer; nem com o corpo, com o que vestir. Afinal, a vida não vale mais do que a comida? E o corpo não vale mais do que a roupa?
Olhem os pássaros do céu: eles não semeiam, não colhem, nem ajuntam em armazéns. No entanto, o Pai que está no céu os alimenta. Será que vocês não valem mais do que os pássaros? Quem de vocês pode crescer um só centímetro, à custa de se preocupar com isso?
E por que vocês ficam preocupados com a roupa? Olhem como crescem os lírios do campo: eles não trabalham nem fiam. Eu, porém, lhes digo: nem o rei Salomão, em toda a sua glória, jamais se vestiu como um deles. Ora, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é queimada no forno, muito mais ele fará por vocês, gente de pouca fé!
Portanto, não fiquem preocupados, dizendo: O que vamos comer? O que vamos beber? O que vamos vestir? Os pagãos é que ficam procurando essas coisas. O Pai de vocês, que está no céu, sabe que vocês precisam de tudo isso.
Pelo contrário, em primeiro lugar busquem o Reino de Deus e a sua justiça, e Deus dará a vocês, em acréscimo, todas essas coisas.
Portanto, não se preocupem com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã terá suas preocupações. Basta a cada dia a própria dificuldade.”
A quem desejo servir? E a quem sirvo? Quem é o Senhor da minha vida, no qual estou constantemente ligada?
No texto de hoje, Jesus pronuncia 6 vezes a palavra “preocupação/preocupar”. Ela é central para compreender a que nos chama. Para servi-lo, é preciso amá-lo com toda a mente, com todo o coração, com todo o entendimento e com todas as forças. Tudo isso é o que acaba sendo tomado pelas pré-ocupações, levando-nos para outros senhores.
“Por isso é que eu lhes digo: não fiquem preocupados com a vida, com o que comer; nem com o corpo, com o que vestir. Afinal, a vida não vale mais do que a comida? E o corpo não vale mais do que a roupa?”
– Qual valor tem nossa vida diante do Senhor? Perguntar diretamente a Ele, que nos responde por Sua Palavra.
– Quanto vale a minha vida para você, Senhor? E a que a equiparo com as minhas preocupações?
Além de nos situar diante do nosso verdadeiro valor, o Senhor nos convida a tomar consciência de nós mesmos, aquela que tantas vezes esquecemos: “Quem de vocês pode crescer um só centímetro, à custa de se preocupar com isso?” O nosso modo de viver revela quantas coisas achamos depender de nós, estarem nas nossas mãos. Por quanto nos afadigamos! Diante de Deus, questionar-nos:
– O que verdadeiramente podemos do que realmente importa?
Quando o meu pai estava internado, esta questão me batia com muita força. Eu, sempre atarefada, achando que dava conta de tudo, me pre-ocupando – e também me ocupando – em resolver tantas coisas… para quê? Diante da vida, o que eu podia fazer?
Situar-nos na nossa real condição não é para afundar-nos na impotência. Como o chamado do Senhor para não nos preocupar e a comparação com os pássaros alimentados pelo Pai e os lírios vestidos por Ele não é para nos acomodar e fazer cruzar os braços. Tudo isso é para nos fazer o principal convite deste Evangelho: a viver a amorosa dependência do Pai, como Jesus viveu. A não viver uma vida solitária e ilusoriamente autossuficiente, mas a viver a relação de amor, fonte de alimento e beleza para nós e possibilidade de dedicar-nos por inteiro ao que realmente importa e dá frutos: o Reino.
A fé que Jesus questiona em nós é exatamente a confiança fiial. Pois o Pai sabe. “O Pai de vocês, que está no céu, sabe que vocês precisam de tudo isso.” E Ele, que sabe, nos chama a buscar o essencial e confiar nos frutos desta busca: “Em primeiro lugar busquem o Reino de Deus e a sua justiça, e Deus dará a vocês, em acréscimo, todas essas coisas.”
Só podemos viver este chamado mergulhando na amorosa dependência filial. Do contrário, as pré-ocupações tomam nossa mente, nosso coração, nossa energia e não nos deixam olhar além da sobrevivência para construir o Reino.
Peçamos a Jesus que nos ensine a viver a Sua relação com o Pai e nos introduza nela, para que nos dediquemos por inteiro a cuidar dos Seus, na confiança e na experiência de que Ele cuida de nós. E com que carinho!
Tania Pulier, comunicadora social – Palavra Acesa Editora – Família Missionária Verbum Dei e pré-CVX Cardoner