O alcance universal da salvação
10 de fevereiro de 2022“Tenho compaixão dessa multidão!”
12 de fevereiro de 202211 de fevereiro, 6ª feira da 5ª Semana do Tempo Comum.
Mc 7,31-37
Leitura: O que o texto diz?
No evangelho de hoje, Jesus ainda caminha por uma região pagã e lhe pedem para curar um surdo. Jesus faz um gesto curioso, cospe no chão e com sua saliva toca a língua do enfermo. Este gesto lembra o ato criador de Deus que cria o humano a partir da terra. Independente do gesto, o mais importante é que a doença foi curada e que o homem prosseguiu com sua vida normalmente.
Meditação: O que o texto me diz?
Ao realizar a cura do surdo mudo, Jesus liberta o ser humano e resgata sua dignidade, oferecendo condições para discernir e proclamar a palavra. O toque do Senhor chegou aos lugares mais profundos de seu ser e conseguiu retirar a limitação que se impusera em sua vida. Nesta perspectiva, apresente ao Senhor suas próprias limitações, as vezes em que você não escuta a Palavra que ele te fala, o coração endurecido que te distancia desse Deus e como aquele homem, deixe que o Senhor toque a tua surdez e te faça perceber aquilo que precisa ser transformado.
Oração: O que o texto me faz dizer a Deus?
Reze com “sua surdez”. Não tenha receio de apresentá-la ao Senhor, pois Ele é aquele que pode arrancar do seu coração as resistências que te atrapalham no caminho cristão. Nesta perspectiva peça ao Senhor que te ajude a compreender que somos todos irmãos e irmãs e que a salvação é para todos.
Contemplação: O que Deus, através do texto, faz em mim?
“Jesus faz bem todas as coisas”, diz o evangelho. A bondade de Deus é plenamente comunicada por Jesus. Esta alegria deve ser também por nós comunicada a toda a humanidade. Veja o que diz o teólogo Henri Nouwen, e deixemo-nos transformar:
“Lamentar é algo que nos empobrece e nos faz lembrar vivamente de nossa pequenez. Mas é precisamente aqui, no meio da dor, da pobreza ou da fraqueza que o Dançarino nos convida a levantar e a dar os primeiros passos. É dentro do nosso sofrimento, e nunca fora dele, que Jesus entra em nossa tristeza, toma-nos pela mão, puxa-nos gentilmente, fazendo-nos ficar de pé e nos convida a dançar. E descobrimos o caminho da oração, como o salmista: “Converteste o meu pranto em dança” (Sl 30,11) porque, no âmago da nossa tristeza, encontramos a graça de Deus. E, enquanto dançamos, percebemos que não precisamos ficar confinados ao diminuto espaço da nossa tristeza, mas podemos sair dali. Paramos de centralizar nossa vida em nós mesmos. Chamamos os outros para dançarem conosco a dança maior. Aprendemos a dar espaço a outros, e principalmente ao “Outro Gracioso’ que está no nosso meio. E quando nos fazemos presentes para Deus e seu povo, nossa vida é ainda mais enriquecida. Constatamos que o mundo é nossa pista de dança: nosso passo torna-se mais leve e ligeiro, porque Deus está chamando outros a dançarem também.”
Ação: O que o texto me impulsiona a fazer?
A partir desse Evangelho somos impulsionados a intensificar a busca pela Palavra de Deus, a fim de que Ele nos abra o coração para nos colocarmos a serviço do anúncio da Palavra. Além disso, também queremos deixar que Jesus nos abra ao serviço do próximo, na discrição e no silêncio, pois o Senhor nos ensinou que não precisamos impressionar ninguém, nem estar à procura da popularidade ou do sucesso, mas que devemos praticar o bem longe da multidão, sem clamores, sem ostentação, sem “tocar a trombeta”.
Equipe do Lectionautas