“Nós pomos nossa esperança em Deus, o Senhor”
21 de outubro de 2018Não fugir da força da Palavra
24 de outubro de 2018Lc 12,13-21
Um homem que estava no meio da multidão disse a Jesus:
_Mestre, mande o meu irmão repartir comigo a herança que nosso pai nos deixou.
Jesus disse:
_ Homem, quem me deu o direito de julgar ou repartir propriedades entre vocês?
E continuou dizendo a todos:
_ Prestem atenção! Tenham cuidado com todo tipo de avareza porque a verdadeira vida de uma pessoa não depende das coisas que ela tem, mesmo que sejam muitas.
Então Jesus contou a seguinte parábola:
_ As terras de um homem rico deram uma grande colheita. Então ele começou a pensar: “Eu não tenho lugar para guardar toda esta colheita. O que é que vou fazer? Ah! Já sei! – disse para si mesmo. – Vou derrubar os meus depósitos de cereais e construir outros maiores ainda. Neles guardarei todas as minhas colheitas junto com tudo o que tenho. Então direi a mim mesmo: ‘Homem feliz! Você tem tudo de bom que precisa para muitos anos. Agora descanse, coma, beba e alegre-se.’ “ Mas Deus lhe disse: “Seu tolo! Esta noite você vai morrer; aí quem ficará com tudo o que você guardou?
Jesus concluiu:
_ Isso é o que acontece com aqueles que juntam riquezas para si mesmos, mas para Deus não são ricos.
Oração: Trindade Santa, acompanhe-nos ao longo desse momento de oração, que sua Palavra permaneça para que possamos alcançar o verdadeiro tesouro – a vida em plena.
Homem feliz! Mulher feliz!
Desejamos profundamente ser felizes. Trabalhamos arduamente durante anos para sermos felizes. Na sociedade na qual vivemos a riqueza está associada aos bens materiais. Somos impelidos ao consumo; associamos a imagem do outro ao que aparenta ter. Envolvidos nessa sociedade quase acreditamos que seremos felizes quando adquirirmos aquele imóvel, aquele carro e realizarmos aquela viagem dos sonhos!
Às vezes, cansados do trabalho, sentados no sofá lembramos do que já conquistamos e dizemos para nós mesmos: ‘Homem feliz! Você tem tudo de bom que precisa para muitos anos. Agora descanse, coma, beba e alegre-se.’ E acreditamos nisso, mesmo que nos custe continuar o trabalho em casa no momento em que poderíamos fazer algo diferente ou dar atenção a alguém.
Muito nos custa fazer uma ligação para a mãe, o pai, o (a) irmão (ã), um (a) amigo (a) que não encontro há um tempo – especialmente em uma época em que as redes sociais tornaram-se os principais meios de comunicação. Também nos custa brincar com o (a) filho (a), dialogar, interagir com ele(a), conhecer seus anseios, suas angústias ou simplesmente “estar” – numa presença atenta, cuidadosa, carinhosa.
Não conseguimos dedicar-nos a uma atividade física pois não temos tempo. Muito menos temos tempo para realizar um serviço voluntário pois a rotina é bastante corrida. Que dirá parar na rua para ouvir a história de alguém. Vivemos a espera do tempo propício para isso. Vivemos à espera do feriado prolongado, das férias….
Isso não quer dizer que seja errado preocupar-nos em trabalhar e adquirir bens materiais. Não há a intenção em realizar uma compreensão equivocada da passagem. A questão é onde guardamos o nosso tesouro? Qual é a qualidade de vida que vivemos?
E, se acontecer de perdermos todos os nossos bens?
Ainda assim, creremos que “O Senhor é o meu pastor: nada me faltará.” (Sl. 23)?
Onde estiverem as suas riquezas, aí estará o coração de vocês! (Mt 6, 21)
Jesus incita em nós um questionamento profundo acerca dos nossos propósitos. Como vivemos? Como cremos? Como vivemos a partir da escuta e reflexão da Palavra? Onde está o nosso coração?
Maria, mãe querida, dai-nos a graças da escuta atenta e meditação da Palavra. Que a Palavra de Deus possa fazer arder os nossos corações, despertando-nos para vivermos o Amor, a vida plena a que Ele sonha para cada um de nós! Amém.
Norma Parreiras da Silva – Família Verbum Dei – BH