Tudo é possível para quem tem fé.
16 de maio de 2016Deixai as pessoas de boa vontade (Marcos 9, 38-40)
18 de maio de 2016“Jesus e os discípulos saíram daquele lugar e continuaram atravessando a Galileia. Jesus não queria que ninguém soubesse onde ele estava porque estava ensinando os discípulos. Ele lhes dizia:
— O Filho do Homem será entregue nas mãos dos homens, e eles vão matá-lo; mas três dias depois ele ressuscitará.
Eles não entendiam o que Jesus dizia, mas tinham medo de perguntar.
Jesus e os discípulos chegaram à cidade de Cafarnaum. Quando já estavam em casa, Jesus perguntou aos doze discípulos:
— O que é que vocês estavam discutindo no caminho?
Mas eles ficaram calados porque no caminho tinham discutido sobre qual deles era o mais importante.
Jesus sentou-se, chamou os doze e lhes disse:
— Se alguém quer ser o primeiro, deve ficar em último lugar e servir a todos.
Aí segurou uma criança e a pôs no meio deles. E, abraçando-a, disse aos discípulos:
— Aquele que, por ser meu seguidor, receber uma criança como esta estará também me recebendo. E quem me receber não recebe somente a mim, mas também aquele que me enviou.”
Na oração de hoje, vamos pedir ao Senhor a graça de não fugir do Seu chamado, ainda quando nos pareça difícil de compreender ou vivenciar.
Jesus leva os discípulos para a intimidade da comunidade. Reúne-se com os Doze e não quer que ninguém mais saiba, pois o que tem para dizer-lhes é vital e aprofunda o caminho do seguimento e a opção por ele. “O Filho do Homem será entregue nas mãos dos homens, e eles vão matá-lo; mas três dias depois ele ressuscitará.” Jesus já lhes anuncia o seu Mistério Pascal. Anuncia-lhes que aquela vida em abundância anunciada e gerada por Ele não é sem consequências, mas entra em conflito com os poderes daqueles que têm outras buscas e interesses. Nas mãos dos homens Ele será morto. Nas mãos de Deus, sua vida será reerguida, trazendo consigo a humanidade. “Ressuscitará”.
É difícil compreender este caminho quando as buscas do nosso coração estão muito longe do amor e da entrega. “Eles não entendiam o que Jesus dizia, mas tinham medo de perguntar.” Onde está o coração dos discípulos? Quais são seus desejos e sonhos? “No caminho tinham discutido sobre qual deles era o mais importante.” E eu, o que discuto pelo caminho da vida, com outras pessoas e/ou com meus próprios botões? Quais são meus desejos e sonhos? O que meus conflitos interiores revelam?
Os discípulos tanto tiveram medo de perguntar a Jesus o sentido do que lhes dizia, como ficaram calados quando Ele lhes perguntou. No fundo, intuíam uma falta de sintonia. Mas por que não dialogá-la com o Mestre? E eu? Também fujo dos diálogos conflitivos com o Senhor? Ou tenho a coragem de questionar-lhe sobre o que não compreendo ou aceito dos seus caminhos e chamado, e também de apresentar-lhe meus desejos e resistências, mesmo que pareçam ir por um caminho diferente do Seu?
Talvez por aí possamos começar a vivenciar a simplicidade da criança que Ele nos apresenta: expondo-nos a Ele, abrindo-nos de todo o coração. A abertura ao Senhor nos deixa mais dóceis à voz do Seu Espírito, que é quem nos move na direção do serviço e é capaz não de reprimir, mas de transformar nosso desejo. “Se alguém quer ser o primeiro, deve ficar em último lugar e servir a todos.” Esse não é o nosso natural, nós, que desejamos os primeiros lugares, desejamos o reconhecimento, os elogios, nos ressentimos quando eles não vêm. Esse caminho é dom do Espírito, capaz de nos levar ao risco de experimentá-lo. E, ao fazê-lo, sentir tal plenitude que de fato parece que alcançamos tudo o que queríamos e mais do que esperávamos (traduzido no “primeiro lugar”).
E quais os primeiros passos nesse caminho? Acolher o menor dos irmãos. “Aquele que, por ser meu seguidor, receber uma criança como esta estará também me recebendo. E quem me receber não recebe somente a mim, mas também aquele que me enviou.”
Nesta semana de Pentecostes, peçamos ao Espírito que acolha e transforme os desejos mais profundos do nosso coração, e nos faça perceber que, no fundo, o que o Senhor nos oferece plenifica o que mais desejamos.
Tania Pulier, comunicadora social, membro da Família Missionária Verbum Dei e da pré-CVX Cardoner.