As prudentes, porém, levaram vasilhas com óleo (Mt 25, 1-13)
30 de agosto de 2013“O seu nome é Senhor; alegrem-se na sua presença”
1 de setembro de 2013Acontecerá como um homem que ia viajar para o estrangeiro. Chamando seus empregados, entregou seus bens a eles. A um deu cinco talentos, a outro dois, e um ao terceiro: a cada qual de acordo com a própria capacidade. Em seguida, viajou para o estrangeiro. O empregado que havia recebido cinco talentos saiu logo, trabalhou com eles, e lucrou outros cinco. Do mesmo modo o que havia recebido dois lucrou outros dois. Mas, aquele que havia recebido um só, saiu, cavou um buraco na terra, e escondeu o dinheiro do seu patrão.
Depois de muito tempo, o patrão voltou, e foi ajustar contas com os empregados. O empregado que havia recebido cinco talentos, entregou-lhe mais cinco, dizendo: ‘Senhor, tu me entregaste cinco talentos. Aqui estão mais cinco que lucrei’. O patrão disse: ‘Muito bem, empregado bom e fiel! Como você foi fiel na administração de tão pouco, eu lhe confiarei muito mais. Venha participar da minha alegria’. Chegou também o que havia recebido dois talentos, e disse: ‘Senhor, tu me entregaste dois talentos. Aqui estão mais dois que lucrei’. O patrão disse: ‘Muito bem, empregado bom e fiel! Como você foi fiel na administração de tão pouco, eu lhe confiarei muito mais. Venha participar da minha alegria’.
Por fim, chegou aquele que havia recebido um talento, e disse: ‘Senhor, eu sei que tu és um homem severo pois colhes onde não plantaste, e recolhes onde não semeaste. Por isso, fiquei com medo, e escondi o teu talento no chão. Aqui tens o que te pertence’. O patrão lhe respondeu: “Empregado mau e preguiçoso! Você sabia que eu colho onde não plantei, e que recolho onde não semeei. Então você devia ter depositado meu dinheiro no banco, para que, na volta, eu recebesse com juros o que me pertence’. Em seguida o patrão ordenou: ‘Tirem dele o talento, e dêem ao que tem dez. Porque, a todo aquele que tem, será dado mais, e terá em abundância. Mas daquele que não tem, até o que tem lhe será tirado. Quanto a esse empregado inútil, joguem-no lá fora, na escuridão. Aí haverá choro e ranger de dentes.
Para compreender e nos deixar tocar por este Evangelho, precisamos nos situar diante do Pai, Senhor da Vida, que confiou a cada um a vida em administração, com dons e talentos. Diferentes, não melhores ou maiores.
Que lucro para o patrão temos produzido com nossos talentos?
Com uma mentalidade produtivista, utilitária e em meio a uma sociedade onde se vê a exploração, essa pergunta até arrepia. Mas é proposital, para pedirmos ao Senhor desde o início da oração entrar na lógica dele. Não estamos falando então de eficácias ou de ativismo. Todas as pessoas têm um dom, são um dom. Quando visitamos alguém com paralisia cerebral, por exemplo, se estamos abertos, percebemos o quanto recebemos nós na convivência com ela. Vemos as transformações que ela gera nas pessoas de sua família, escutamos os relatos… Quanto amor gerado, quanta bondade… Quanto rendimento do dom que a pessoa é!
Coloca-se a questão: o que nos move a viver? O que move o nosso dia a dia, cada ação, cada escolha? Temos sido tomados pelo medo ou pelo amor, pela compaixão, pelo desejo de crescer e fazer crescer?
“A glória de Deus é que o ser humano viva”, já diziam os Santos Padres no início da Igreja. Esta é a alegria do Senhor, na qual entramos quando vivenciamos, fazendo render, nossos talentos e o dom que somos. Qual experiência temos desta alegria? Fazer memória na oração dos momentos em que vivemos assim.
E no momento atual, como tenho me visto? Mais trabalhando com os talentos e os multiplicando? Por quem? Para quem?
Ou mais cavando um buraco na terra e enterrando o talento, nos escondendo? Por que?
Peçamos ao Pai, Senhor da Vida, que deseja o nosso crescimento e alegria, que descubramos nossos talentos, mas também nossas travas, que nos deixemos mover pelo amor que dá audácia, e que ajudemos uns aos outros a entregar o melhor de si para construir o Reino da vida plena para todos. Que sejamos dons uns para os outros. Amém.