Sétimo Domingo de Páscoa – Festa da Ascensão do Senhor – Ano B
17 de maio de 2015Conhecer a Trindade
19 de maio de 2015Leitura: João 16,29-33
Naquele tempo, os discípulos disseram a Jesus: ‘Eis que agora falas claramente e não usas mais figuras. Agora sabemos que conheces tudo e que não precisas que alguém te interrogue. Por isto cremos que vieste da parte de Deus. Jesus respondeu: ‘Credes agora? Eis que vem a hora – e já chegou – em que vos dispersareis, cada um para seu lado, e me deixareis só. Mas eu não estou só; o Pai está comigo. Disse-vos estas coisas para que tenhais paz em mim. No mundo, tereis tribulações. Mas tende coragem! Eu venci o mundo!’
Oração:
Até quinta-feira, rezaremos com as últimas falas de Jesus a seus discípulos e sua oração ao Pai, feita logo antes do percurso que o leva à cruz. Tentemos entrar no espírito de quem sabe que não tem muito tempo e ainda tem algo a dizer. Entremos na dinâmica de quem sabe que não é compreendido, mas ainda assim enxerga a importância de falar. Ao lado dos discípulos, olhemos para Jesus, que se despede.
Hoje me marca a solidão de Jesus. Seus discípulos dizem crer que ele veio de Deus. Dizem entender suas palavras mais complexas. Jesus se espanta que a fé lhes venha por essas palavras, quando tantos sinais pelo caminho já tinham encontrado. E prevê: “Eis que vem a hora – e já chegou – em que vos dispersareis, cada um para seu lado, e me deixareis só”.
Na oração, revisito os momentos em que Deus me falou e eu cri. Revejo os momentos em que eu O abandonei e O fiz experimentar a solidão de não ser amado por um filho que tem medo das consequências do Amor. E fico pensando em todos os lados – “cada um para o seu lado” – que eu tenho para me esconder da Verdade.
Olhando para Jesus, sozinho na noite, ouvido e não compreendido, talvez compreendido e não amado, talvez amado e não acompanhado devido ao medo de seus amigos, vejo que também eu às vezes luto sozinho. Em nossas caminhadas, quando nos encontramos com Aquele que nos fala “claramente” e não através de “figuras”, é comum que experimentemos a solidão.
Em nossa vida de fé, a oração nos ajude a ter menos momentos em que corremos para nossos lados e abandonamos Deus em sua loucura… E nos ajude a ter mais momentos em que, por amarmos, ficamos sozinhos, e, assim, finalmente encontrados com Aquele que, abandonado, podemos encontrar em nossa solidão.
João Gustavo Henriques de Morais Fonseca, estudante de Direito na UFMG e membro da Família Verbum Dei de BH