A Santa Cruz (Jo 3,13-17)
14 de setembro de 2018“O Senhor protege os que não podem se defender.”
16 de setembro de 2018Perto da cruz de Jesus estavam a sua mãe, e a irmã dela, e Maria, a esposa de Clopas, e também Maria Madalena. Quando Jesus viu a sua mãe e perto dela o discípulo que ele amava, disse a ela: Este é o seu filho. Em seguida disse a ele: Esta é a sua mãe. E esse discípulo levou a mãe de Jesus para morar dali em diante na casa dele.
A mãe de Jesus aqui representa o povo da antiga aliança que se conservou fiel às promessas e espera pelo salvador. E o discípulo amado representa o novo povo de Deus, formado por todos que dão sua adesão a Jesus.
A oração de hoje nos convida a pensar o que temos feito nos dias da nossa vida, nesse tempo da graça que nos é dado, a avaliar a quê nos aderimos. Somos chamados a observar não só a lei como faziam os povos da antiga aliança, mas, sobretudo a avaliar o que dá sentido a Lei como fazem aqueles que aderem a Jesus. A avaliar diariamente o que reconhecemos como “valor” em nossa vida, o que nos é caro, o que de fato apoiamos com quê ou quem nos relacionamos.
A primeira leitura de hoje relata o que fez Jesus: “Cristo, nos dias de sua vida terrestre, dirigiu preces e súplicas, com forte clamor e lágrimas, àquele que era capaz de salvá-lo da morte. E foi atendido, por causa de sua entrega a Deus. Mesmo sendo Filho, aprendeu o que significa a obediência a Deus por aquilo que ele sofreu.” HB 5,7 – 9.
Hoje podemos aprender o que significa entrega e obediência a Deus olhando para o Cristo crucificado e a partir desse olhar, olhar para os nossos sofrimentos. Não importa o que sofremos ou o quanto sofremos o que importa é como experimentamos o sofrimento. Se nesse momento fizermos um breve exame de tudo que vivemos ate aqui…, certamente iremos perceber que mesmo naqueles momentos mais difíceis em que nos sentimos completamente a sós ele esteve ao nosso lado, e nada foi em vão.
Como nos diz São Paulo em sua carta aos romanos: “Tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus” (RO 8,28). Se examinarmos através das escrituras a historia da criação do mundo veremos que o criador nos criou de modo especial, que fomos criados por amor e para o Amor… (GN 1, 26 e Sal 139, 13 – 15) Que cada um de nós é especial para ele! Como podemos deixar de nos amar e de amar os nossos irmãos se somos fruto do Amor de Deus?
Ele nos amou de tal modo que derramou o seu Amor sobre nós, nos deu o seu único filho para nos mostrar que nos ama e para nos ensinar o seu Amor, e ele nos amou até o fim. E ainda nos garantiu: “Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos.” (MT 28,20) Não estamos sós! Maria nos mostra a quê veio, que não esta só. É humanamente impossível mensurar o sofrimento dessa mãe aos pés da cruz.., ela tem algo que a faz diferente; ela sabe se colocar diante do sofrimento, ela nos mostra que a cruz os sofrimentos não podem determinar a nossa vida, que o que determina a nossa vida é a maneira como nos colocamos diante dela, que é transitória.
A obediência e a entrega total sem reservas são virtudes que podem transformar a nossa vida. Por isso devemos ser obedientes e nos entregar sem reservas e com muita humildade á àquele que nos criou, como criaturas nas mãos do seu criador, como ovelhas diante do seu pastor ou como o barro nas mãos do olheiro, em fim entregar em suas mãos o nosso destino… Deixemos hoje ecoar em nós as palavras de Jesus: “Este é o seu filho. Em seguida disse a ele: Esta é a sua mãe.” para que possamos acolher a causa da sua vida para que ela nos acolha.
Peçamos a Maria que foi obediente e aderiu sem reservas ao projeto de salvação de Deus para humanidade e se fez a serva do Senhor: Rogai por nós, Santa Mãe de Deus, para que sejamos dignos das promessas de Cristo para sempre. Amém!
Agostinho Augusto – Família Missionária Verbum Dei – Belo Horizonte MG.