Uma cura num sábado (LC 13,10-17)
29 de outubro de 2018(Lc 13, 22-30)
31 de outubro de 2018Leitura: Lucas 13, 18-21
Jesus disse:
— Com o que o Reino de Deus é parecido? Que comparação posso usar? Ele é como uma semente de mostarda que um homem pega e planta na sua horta. A planta cresce e fica uma árvore, e os passarinhos fazem ninhos nos seus ramos.
Jesus continuou:
— Que comparação poderei usar para o Reino de Deus? Ele é como o fermento que uma mulher pega e mistura em três medidas de farinha, até que tudo fique fermentado.
Oração:
Jesus, em sua caminhada, tentou explicar aos seus discípulos o que era o Reino de Deus. Como não havia palavras suficientes, estabeleceu várias comparações. Mesmo assim, seus discípulos não conseguiam sempre compreender. Pensavam que o Reino do qual Jesus seria rei seria um aos moldes dos reinos de então: hierarquias, estratificações, poder baseado na força, domínio sobre os bens materiais…
Aos mal-entendidos dos discípulos de Jesus, nós, discípulos deste século, não estamos imunes. Mesmo que rezemos, mesmo que estudemos, mesmo que leiamos a Palavra, pode ser que num dia, numa hora, de repente, dentro de nós brote uma ideia de reino que é nossa e não d’Ele. Não há problema em perceber isso… tenho de perceber e então voltar à Palavra, ao que Jesus disse sobre o Reino.
“Ele é como uma semente de mostarda que um homem pega e planta na sua horta. A planta cresce e fica uma árvore, e os passarinhos fazem ninhos nos seus ramos“. Em primeiro lugar, o início do Reino é sempre pequeno. Se eu quero ser ponto de partida do Reino, se quero ser uma de suas árvores, devo me acostumar à pequenez. A semente de mostarda é humilde, pequeníssima. Como me vejo? Como uma espada com a qual se pode lutar pelo Reino ou como uma semente de mostarda? Como uma aljava que leva à vitória pela violência ou como semente de mostarda? Semente de abacate – semente, mas enorme – ou semente de mostarda?
“A planta cresce e fica uma árvore, e os passarinhos fazem ninhos nos seus ramos”. Quando a semente assume-se semente, quebra-se e vai ao tamanho da árvore. O destino do Reino não é ser pequeno, mas para sua grandeza é necessária a pequenez da semente. Meu coração aceita isso? Minha mente consegue compactuar com essa lógica? Se um dia a resposta for sim, então nossa vida será um lugar onde o Reino é acolhido, onde o Céu começa e continua, onde Quem é do alto toca quem vive aqui embaixo – “os passarinhos fazem ninhos em seus ramos”.
“Ele é como o fermento que uma mulher pega e mistura em três medidas de farinha, até que tudo fique fermentado“. Outra imagem da qual lança mão Jesus é a do fermento. O fermento segue a linha da semente de mostarda. É grão finíssimo que, na mistura, se dilui, não se vê… ele se mistura à farinha e some; quando está pronto o pão, o bolo, não se vê o fermento. Eu me vejo sendo fermento? Eu consigo ser elemento de um Reino que cresce à medida que eu diminuo?
Na oração, peçamos ao Espírito a coragem para ser grão de mostarda e fermento na massa… até que sejamos árvores nas quais as ideias de Deus encontram repouso e fermento que faz o Reino ser alimento para todo o mundo.
João Gustavo H. M. Fonseca, Família Verbum Dei de Belo Horizonte