Pai, eu te suplico, manda Lázaro à casa do meu pai…
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Mt 21,33-43.45-46
A pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular
Leitura. O que diz o texto?
Jesus está no Templo e ensina, como qualquer mestre faz com seus discípulos. Os chefes dos sacerdotes e os anciãos do povo se aproximam e estão questionando a “autoridade” de Jesus e sua atitude de mestre. Ele responde aos seus inquiridores, com parábolas. E a de hoje é a parábola dos vinhateiros homicidas. É uma clara alusão ao “Cântico da Vinha” de Isaías 5. Alguém que cuidou com amor da vinha, e “esperava que ela produzisse uvas boas, mas ela produziu uvas azedas” (Is 5,1-7). Os empregados – habitantes da vinha – mataram o filho do proprietário da plantação e o dono da vinha entregou-a para outros cuidarem. Ora, “a vinha do Senhor é a casa de Israel” (Sl 80). Logo, os chefes dos sacerdotes e os fariseus sabiam que Jesus estava falando deles, os primeiros empregados da vinha.
Meditação. O que Deus nos diz através desse texto?
O critério para ser um ramo da vinha do Senhor e dar bons frutos não é a origem étnica. Isso não garante uma pertença frutuosa e a prática da justiça de Deus. A boa notícia do Reino dos Céus trazida por Jesus como vinho novo (Jo 2) pode não ser uma boa notícia para os poderes religiosos e ele é rejeitado. A pedra angular, ou seja, a pedra principal que é baliza para todas as outras pedras da construção, foi rejeitada. Logo, o proprietário da vinha e da construção não tem outra alternativa a não ser entregar sua vinha a outro povo que cuide e dê frutos de justiça. O Apóstolo Paulo também lembra que o povo da primeira aliança foi o ramo de oliveira selvagem que foi enxertado no tronco santo. Não frutificou, foi cortado e em seu lugar foi enxertado outro ramo, de oliveira cultivada. Mas, se este não der fruto, será cortado também, e os outros voltarão, “pois Deus tem o poder de os enxertar de novo” (Rm 11,16).
Oração. O que o texto me faz dizer a Deus?
Senhor, afasta de nós todo sentimento de inveja e ciúme, cultivados pelos mestres da lei e fariseus, que impedem nossa ligação com o tronco da videira, que é Jesus.
Contemplação. O que o texto faz em mim?
Jesus é a videira, o Pai é o agricultor. Nós somos os ramos. Não queremos ser cortados, porque não rejeitamos a novidade do Reino. Queremos permanecer juntos, nutridos pela seiva do amor de Deus, nossa única dependência.
O que o texto me sugere a viver?
Perceber que a simples pertença a um grupo religioso não garante os frutos da justiça de Deus em nossas vidas. A fé é que garante a ligação do ramo ao tronco. Se recusarmos a comunhão de vida com o Senhor, ou seja, ter no íntimo os mesmos sentimentos dele (compaixão, misericórdia), a salvação será oferecida a outros, fora do nosso grupo fechado.
Diác. Glêvison Felipe Lourenço de Sousa*
*Diácono permanente da Arquidiocese de Belo Horizonte, MG. Pós-graduado em Sagrada Escritura pelo Claretiano – Centro Universitário. Membro da Coordenação Colegiada Arquidiocesana da Pastoral Carcerária. Colaborador e residente na Paróquia São José – Vespasiano MG, Brasil.