Anunciem o evangelho a todos!
24 de abril de 2016O lavrador, a videira e os ramos (Jo 15, 1-8)
27 de abril de 2016Leitura: João 14, 27-31a
Jesus disse:
— Deixo com vocês a paz. É a minha paz que eu lhes dou; não lhes dou a paz como o mundo a dá. Não fiquem aflitos, nem tenham medo. Vocês ouviram o que eu disse: “Eu vou, mas voltarei para ficar com vocês.” Se vocês me amassem, ficariam alegres, sabendo que vou para o Pai, pois o Pai é mais poderoso do que eu. Digo isso agora, antes que essas coisas aconteçam, para que, quando acontecerem, vocês creiam. Não posso continuar a falar com vocês por muito tempo, pois está chegando aquele que manda neste mundo. Ele não tem poder sobre mim; mas o mundo precisa saber que eu amo o Pai e que, por isso, faço tudo o que ele manda.
Oração:
Jesus está dizendo suas últimas palavras aos seus discípulos antes de ser entregue. Jesus fala que lhes deixa a paz. A paz d´Ele. Ele a dá não como o mundo o faz. Isso me intriga… Na oração, pergunto ao Senhor como é a paz d´Ele e como Ele a dá.
Percebo que a paz de Jesus realmente contraria a paz do mundo.
No mundo, dizer a verdade não traz paz. O compromisso com a verdade, ao contrário, gera reações adversas. Pior ainda que dizer a verdade é não ceder à reação contra a verdade. Querem que voltemos atrás, que digamos que não foi bem aquilo que dissemos ou quisemos dizer. Jesus é o contrário disso. Jesus fala a verdade. Tem compromisso com a verdade e, se lhe dão a oportunidade de voltar atrás, não retrocede. Firma o pé, mantém o que foi dito.
No mundo, defender os oprimidos não traz paz. Ter em mente a opressão do mundo gera incômodo interior e, por fora, traz-nos indisposições, pois defender os oprimidos é sempre denunciar os opressores. A paz do mundo é colocar-se ao lado de quem oprime ou ao menos não os contrariar. A paz do mundo sugere que, para sossegar nosso ímpeto humanista e cristão, trabalhemos com remédios paliativos e não tentemos cortar o mal pela raiz. Jesus foi o contrário disso. Ele denunciava a hipocrisia dos seus opositores e revoltava-se contra a opressão dos mais frágeis.
A paz do mundo é falar de Deus aos quatro ventos, pois isso gera comoção e boa fama, mas evitar conversar com Ele em silêncio, pois isso mexe em nossas bases. Jesus faz o contrário. Não exige do Pai sinais para convencer sua assembleia. Quando quer falar com o Pai, está trancado no quarto, ou recolhido no deserto, ou ao abrigo da noite. Seu discurso sobre o Pai é sempre antecedido da conversa com o Pai.
Peçamos a Ele que consigamos conquistar a paz que Ele nos deixa e nos dá, que é diferente – tão diferente! – da paz que o mundo nos dá de presente.
João Gustavo H. M. Fonseca, Família Verbum Dei