Seguir a Jesus com desprendimento
18 de setembro de 201525º Domingo do Tempo Comum – Ano B
19 de setembro de 2015Leitura: Lucas 8, 4-15
Uma grande multidão, vinda de várias cidades, veio ver Jesus. Quando todos estavam reunidos, ele contou esta parábola: “Certo homem saiu para semear. E, quando estava espalhando as sementes, algumas caíram na beira do caminho, onde foram pisadas pelas pessoas e comidas pelos passarinhos. Outras sementes caíram num lugar onde havia muitas pedras, e, quando começaram a brotar, as plantas secaram porque não havia umidade. Outra parte caiu no meio de espinhos, que cresceram junto com as plantas e as sufocaram. Mas algumas sementes caíram em terra boa. As plantas cresceram e produziram cem grãos para cada semente”. E Jesus terminou dizendo: “Quem quiser ouvir, que ouça!” Os discípulos de Jesus perguntaram o que ele queria dizer com essa parábola. Jesus respondeu: “A vocês Deus mostra os segredos do seu Reino. Mas aos outros tudo é ensinado por meio de parábolas, para que olhem e não enxerguem nada e para que escutem e não entendam. O que esta parábola quer dizer é o seguinte: a semente é a mensagem de Deus. As sementes que caíram na beira do caminho são as pessoas que ouvem a mensagem. Porém o Diabo chega e tira a mensagem do coração delas para que não creiam e não sejam salvas. As sementes que caíram onde havia muitas pedras sãos as pessoas que ouvem a mensagem e a recebem com muita alegria. Elas não têm raízes e por isso creem somente por algum tempo; e, quando chega a tentação, abandonam tudo. As sementes que caíram no meio dos espinhos são as pessoas que ouvem a mensagem. Porém as preocupações, as riquezas e os prazeres desta vida aumentam e sufocam essas pessoas. Por isso, os frutos que elas produzem nunca amadurecem. E as sementes que caíram em terra boa são aquelas pessoas que ouvem e guardam a mensagem no seu coração bom e obediente; e, porque são fiéis, produzem frutos.
Oração:
Quando leio essa parábola e a explicação de Jesus, penso: que pena, pois não sou essa terra boa. Meu coração não é sempre bom, nem sempre obediente e fiel. E, na oração, pergunto ao narrador da parábola: não tem outro jeito? Você disse que “quem quiser ouvir, que ouça”, e eu ouvi bem e desejo ser a terra boa, mas, olhando com sinceridade para dentro, vejo que há pedras e há espinhos, e algumas sementes inevitavelmente caem pelo caminho. Não tem outro jeito?
O narrador da parábola me diz: você sabe o que é uma terra boa e sabe o que são os espinhos e as pedras. Faça a terra ser boa!
Na oração, vou pensando nas situações que impedem que a mensagem do Pai crie raízes. Minhas pedras talvez sejam a falta de perseverança na oração, a displicência com a vida sacramental, a falta de compromisso com a caridade… essas pedras ficam por cima e no meio da terra boa, que fica impedida de alimentar as raízes da Mensagem em mim.
Na oração, vêm ao pensamento as preocupações exacerbadas com os estudos, o zelo exagerado com a vida profissional, com a carreira e planos futuros, a busca insaciável de gozo e sucesso… esses espinhos que, mesmo não impedindo que a Mensagem cresça, tornam impossível que seu fruto amadureça.
Sozinho, sinto-me incapaz de tornar boa a terra. É muita pedra para retirar e muito espinho para arrancar. Fico imaginando se haverá terra boa que possa receber essa semente aparentemente tão frágil. Penso numa solução. Digo a quem conta a parábola: que semeador é esse que lança a semente e não averigua a qualidade da terra? Quer perder o semeador seu trabalho e também suas sementes? Que semeador é esse que não volta para conferir se a semente germinou, se ela terá condições de crescer e se poderá dar frutos?
Na oração, vou dizendo: Semeador, seja também o agricultor! Antes de lançar a semente, retire algumas pedras. Depois de lançá-la, continue o trabalho de retirar essas pedras. O solo quer ser bom, mas ora são muitas pedras, ora são pedras muito pesadas. Quando voltar pelo caminho, abaixe-se para retirar os espinhos que estão sufocando a semente crescida. Se você não retirar esses espinhos, se não podar as plantas que crescem junto com o seu broto, ele não dará frutos, mesmo que viva precariamente.
E eu vejo o semeador voltando, dessa vez com um balde para recolher as pedras e também uma tesoura de poda para retirar os espinhos… o semeador é também agricultor e isso me alegra e dá esperança, pois o solo ruim poderá ser terra boa!
João Gustavo H. M. Fonseca, Família Verbum Dei de Belo Horizonte