Aqueles que produzem os frutos do Reino
17 de março de 2017III Domingo da Quaresma – Ano A
19 de março de 20171 Certa ocasião, muitos cobradores de impostos e outras pessoas de má fama chegaram perto de Jesus para o ouvir. 2 Os fariseus e os mestres da Lei criticavam Jesus, dizendo: — Este homem se mistura com gente de má fama e toma refeições com eles. 3 Então Jesus contou esta parábola: 11 Um homem tinha dois filhos. 12 Certo dia o mais moço disse ao pai: “Pai, quero que o senhor me dê agora a minha parte da herança.” — E o pai repartiu os bens entre os dois. 13 Poucos dias depois, o filho mais moço ajuntou tudo o que era seu e partiu para um país que ficava muito longe. Ali viveu uma vida cheia de pecado e desperdiçou tudo o que tinha. 14 — O rapaz já havia gastado tudo, quando houve uma grande fome naquele país, e ele começou a passar necessidade. 15 Então procurou um dos moradores daquela terra e pediu ajuda. Este o mandou para a sua fazenda a fim de tratar dos porcos. 16 Ali, com fome, ele tinha vontade de comer o que os porcos comiam, mas ninguém lhe dava nada. 17 Caindo em si, ele pensou: “Quantos trabalhadores do meu pai têm comida de sobra, e eu estou aqui morrendo de fome! 18 Vou voltar para a casa do meu pai e dizer: ‘Pai, pequei contra Deus e contra o senhor 19e não mereço mais ser chamado de seu filho. Me aceite como um dos seus trabalhadores.’ ” 20 Então saiu dali e voltou para a casa do pai. — Quando o rapaz ainda estava longe de casa, o pai o avistou. E, com muita pena do filho, correu, e o abraçou, e beijou. 21 E o filho disse: “Pai, pequei contra Deus e contra o senhor e não mereço mais ser chamado de seu filho!” 22 — Mas o pai ordenou aos empregados: “Depressa! Tragam a melhor roupa e vistam nele. Ponham um anel no dedo dele e sandálias nos seus pés. 23 Também tragam e matem o bezerro gordo. Vamos começar a festejar 24porque este meu filho estava morto e viveu de novo; estava perdido e foi achado.” — E começaram a festa. 25 — Enquanto isso, o filho mais velho estava no campo. Quando ele voltou e chegou perto da casa, ouviu a música e o barulho da dança. 26 Então chamou um empregado e perguntou: “O que é que está acontecendo?” 27 — O empregado respondeu: “O seu irmão voltou para casa vivo e com saúde. Por isso o seu pai mandou matar o bezerro gordo.” 28 — O filho mais velho ficou zangado e não quis entrar. Então o pai veio para fora e insistiu com ele para que entrasse. 29 Mas ele respondeu: “Faz tantos anos que trabalho como um escravo para o senhor e nunca desobedeci a uma ordem sua. Mesmo assim o senhor nunca me deu nem ao menos um cabrito para eu fazer uma festa com os meus amigos. 30 Porém esse seu filho desperdiçou tudo o que era do senhor, gastando dinheiro com prostitutas. E agora ele volta, e o senhor manda matar o bezerro gordo!” 31 — Então o pai respondeu: “Meu filho, você está sempre comigo, e tudo o que é meu é seu. 32 Mas era preciso fazer esta festa para mostrar a nossa alegria. Pois este seu irmão estava morto e viveu de novo; estava perdido e foi achado.”
Esta é a boa noticia, o Amor do Pai é o fundamento da atitude de Jesus diante dos homens.
O convite da oração de hoje é para visitarmos os nossos porões, e conhecer os fundamentos da nossa vida… A primeira coisa que me chama a atenção no evangelho de hoje é esta imagem do Bom Pastor. Fico imaginando, que amor é esse que deixa tudo para ir atrás de apenas um (a) que se perdeu..? E nesse momento penso como é bom, como é confortante essa ideia/certeza, tem alguém que vela por mim e por você, não é maravilhoso?! Mas existem muitos que não sabe disso, e vivem sofrendo e fazendo os outros sofrerem… Refletindo sobre as realidades que nos cercam, me lembrei de um amigo/irmão, que costuma dizer o seguinte: “O fundo do poço tem porão…”
Penso que é assim que nos sentimos quando não ouvimos a voz da consciência, a voz de Deus. Caminhamos para além do fundo do poço. Em nome de uma falsa liberdade que o mundo nos oferece, que nós mal conhecemos abrimos mão do melhor de nós e nos tornamos reféns das coisas fúteis da vida, coisas de porão, bem debaixo, coisas bem velhas ou sujas, o que é bem característico dos porões… Às vezes temos esperança de dias melhores, mas o que nos sustenta, orientam as nossas atitudes são ideias velhas e sujas, que acabam por nos levar a viver as consequências de descer cada vez mais, e nos faz viver de mal a pior… Mas como nos livrar de tal situação? Através da pratica diária da oração com a palavra!
A oração diária com a palavra às vezes não nos livra de descer, mas nos dá luz para conhecer os nossos porões e assim poder rever nosso passado e projetar nosso futuro para encontrar o ombro desse Pai Misericordioso, que nos faz subir! Às vezes subir não significa ascensão, mas é não descer. Uma vez em uma reunião de casais, um dos casais estava com uma criança pequena que saia de perto da mãe, brincava um pouco e retornava ao colo da mãe sucessivamente, aí, a missionária do VDI que presidia a reunião, disse: “Gente, é assim que temos que nos relacionar com Deus Pai, como essa criança se relaciona com a sua mãe, ir e voltar, sempre ligados…” Quando nos distanciarmos do pai não podemos esquecer o caminho de volta!
Esse relacionamento dá sentido à vida do que vai e do que fica ambos encontrarão fundamentos para orientar suas atitudes, conscientes da importância do amor do Pai em suas vidas, com alegria cumprirá o que é do seu dever, para levar a cabo a missão, em conformidade com o querer do Pai.
Que possamos aprender com Jesus, como nos lembra na primeira leitura de hoje o profeta Miqueias no capitula 7, 19 disse: “O que ama é a misericórdia.” Que sejamos aquele que ama para ser a misericórdia para aqueles que se afastaram e esqueceram o caminho de volta.
Que Maria, nossa mãe querida nos ajude a compreender que o Amor do pai é o fundamento do nosso existir e nos ajude a acolher esse amor e a rezar como ela rezou: “Minha alma engrandece ao Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, pois atentou para a humildade da sua serva.” (LC 1, 46 – 48) Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo, como era no princípio, agora e sempre. Amém.
Agostinho Augusto – Família Missionaria Verbum Dei – Belo horizonte – MG.