Vem e segue-me (Mt 9, 9-13)
5 de julho de 2013A fé no Reino (Lc 10,1-12.17-20)
7 de julho de 2013O evangelho de hoje incita-nos a questionar as tradições e os sentidos dos gestos. Há uma marca que distingue os discípulos de Jesus: eles não jejuam. A resposta de Jesus aos questionamentos dos discípulos de João fala tanto do sentido do jejum como da natureza de Jesus, que veio ser alimento dos homens.
Por que jejuar? O jejum não é prática judaico-cristã tão somente, tendo diversos sentidos nas diferentes crenças. Para nós, o jejum erige-se como um meio de conversão, sendo, por exemplo, uma possível penitência para preparar-se para os sacramentos. Jesus, em seu tempo, afirmou que o jejum, tal qual a esmola e a oração, servem bem àquele que o pratica no silêncio, voltando-se para Deus e não querendo atrair o olhar admirado dos homens.
Nesse raciocínio, jejuar, quando Jesus estava com seus discípulos, não teria sentido, pois era o próprio Deus no meio deles. Seria mesmo um disparate o jejum quando se tem o pão do céu!
Para dar a entender essa lógica peculiar e nova, Jesus utiliza-se das metáforas do vinho e da roupa. O remendo novo e o vinho novo não se adéquam ao que é velho; antes, causam estrago se se tenta juntá-los. O resultado, um desperdício, tanto do tradicional quanto do novo. Jesus, a novidade do amor de Deus, não cabe nos moldes antigos da cultura judaica; pelo contrário, dá-lhe sentido na medida em que a supera. O convite a nós, cristãos, é a imitação de Cristo. Ser vinho novo e remendo novo no mundo requer uma atualização constante. E todo conteúdo novo reclama uma forma também nova. Temos essa sensibilidade e criatividade para levar a boa nova?
João Gustavo Henriques de Morais Fonseca, graduando em Direito na UFMG – Família Missionária Verbum Dei – FamVD