Mateus 9,1-8
5 de julho de 2018Odres novos para vinhos novos (Mt 9, 14-17)
7 de julho de 2018Jesus saiu dali e, no caminho, viu um cobrador de impostos, chamado Mateus, sentado no lugar onde os impostos eram pagos. Jesus lhe disse:
— Venha comigo.
Mateus se levantou e foi com ele. Mais tarde, enquanto Jesus estava jantando na casa de Mateus, muitos cobradores de impostos e outras pessoas de má fama chegaram e sentaram-se à mesa com Jesus e os seus discípulos. Alguns fariseus viram isso e perguntaram aos discípulos:
— Por que é que o mestre de vocês come com os cobradores de impostos e com outras pessoas de má fama?
Jesus ouviu a pergunta e respondeu:
— Os que têm saúde não precisam de médico, mas sim os doentes. Vão e procurem entender o que quer dizer este trecho das Escrituras Sagradas: “Eu quero que as pessoas sejam bondosas e não que me ofereçam sacrifícios de animais.” Porque eu vim para chamar os pecadores e não os bons.
Na minha oração, sinto uma enorme alegria. Jesus torna nossa vida mais leve. Retira de nós o peso da pré-condenação: isto pode, aquilo não pode, quem faz isto está salvo, quem faz aquilo está condenado.
O Espírito me lembra que não é uma questão de ser leviano, de relaxar na busca do Reino de Deus, pois o “programa de vida” apresentado por Jesus é muito exigente.
“Mas eu lhes digo que qualquer um que ficar com raiva do seu irmão será julgado. Quem disser ao seu irmão: ‘Você não vale nada’ será julgado pelo tribunal. E quem chamar o seu irmão de idiota estará em perigo de ir para o fogo do inferno. ” (Mt 5, 22)
“Se a sua mão direita faz com que você peque, corte-a e jogue-a fora. Pois é melhor perder uma parte do seu corpo do que o corpo inteiro ir para o inferno.” (Mt 5, 30)
“Mas eu lhes digo: não se vinguem dos que fazem mal a vocês. Se alguém lhe der um tapa na cara, vire o outro lado para ele bater também.” (Mt 5, 39)
“Mas eu lhes digo: amem os seus inimigos e orem pelos que perseguem vocês.” (Mt 5, 44)
Apenas para lembrar de alguns pontos do programa.
Porém, Ele me chama a atenção para a direção das exigências. As exigências são voltadas para mim e não para o outro. De mim devo exigir atitudes coerentes com a fé que professo, com o outro devo me abrir para a alegria do encontro.
No encontro misericordioso, dou ao outro a oportunidade de experimentar o Deus que carrego dentro de mim.
Rezar a leitura de hoje me leva a entender que a porta para Deus se manifestar através de mim é a misericórdia. Nada adianta mil sacrifícios se eles não incluem a possibilidade de levar a misericórdia de Deus aos que mais precisam.
O Espírito me diz que, toda vez que eu sentir a vida pesada, devo desconfiar de que está faltando misericórdia, a começar por mim. Será que estarei agindo com misericórdia para comigo mesmo? Não nos aceitarmos pode ser um sinal da falta de auto-misericórdia.
A vida se torna muito pesada quando tento impor normas rígidas de comportamento. Quase sempre nos equivocamos e as normas de comportamento são estereótipos que criamos para nos proteger da vivência plena, do abandono nas mãos de Deus.
Na oração de hoje, sinto o olhar carinhoso de Jesus sobre todos nós. Na criação de laços fraternos, Ele confia que a semente do Reino vai-se espalhando, crescendo e frutificando. Se Ele confia, quem sou eu para duvidar?
Hoje eu renovo o compromisso de me tornar mais misericordioso. Aceitar as diferenças. Promover a paz, pela solidariedade, com todo aquele que estiver sofrendo, que for desprezado, seja pela condição social ou racial, pela cor, pela escolha religiosa, pela orientação sexual.
Trindade Santa, que habita na fragilidade do meu ser, socorra-me da fraqueza de me sentir poderoso para impor regras e me ajude a viver a leveza de Seu jugo misericordioso. Amém!
***
João Batista Pereira Ferreira – Família Missionária Verbum Dei – Belo Horizonte