Mais uma vez, os pequeninos (Lucas 24,1-12)
26 de março de 2016No caminho de Emaús (LC24, 13-35)
30 de março de 2016Leitura: João 20, 11-18
Maria Madalena tinha ficado perto da entrada do túmulo, chorando. Enquanto chorava, ela se abaixou, olhou para dentro e viu dois anjos vestidos de branco, sentados onde tinha sido posto o corpo de Jesus. Um estava na cabeceira, e o outro, nos pés. Os anjos perguntaram: — Mulher, por que você está chorando? Ela respondeu: — Levaram embora o meu Senhor, e eu não sei onde o puseram! Depois de dizer isso, ela virou para trás e viu Jesus ali de pé, mas não o reconheceu. Então Jesus perguntou: — Mulher, por que você está chorando? Quem é que você está procurando? Ela pensou que ele era o jardineiro e por isso respondeu: — Se o senhor o tirou daqui, diga onde o colocou, e eu irei buscá-lo. — Maria! — disse Jesus. Ela virou e respondeu em hebraico: — “Rabôni!” (Esta palavra quer dizer “Mestre”) Jesus disse: — Não me segure, pois ainda não subi para o meu Pai. Vá se encontrar com os meus irmãos e diga a eles que eu vou subir para aquele que é o meu Pai e o Pai deles, o meu Deus e o Deus deles. Então Maria Madalena foi e disse aos discípulos de Jesus: — Eu vi o Senhor! E contou o que Jesus lhe tinha dito.
Oração:
Neste e noutro trecho do Evangelho (Lc 24, 16), conta-se que os discípulos de Jesus, ao encontrarem-no ressuscitado, não o reconheciam. Porém, após algum sinal, viam que este era Jesus. O primeiro momento é de cegueira, de confusão, de não reconhecimento; o segundo momento é de identificação, de reencontro, de retomada da fé. Hoje, na oração, sob a luz da Palavra, podemos rezar esses dois momentos, que também se repetem ao longo de nossas vidas…
Também nós vivemos, em nossas histórias, os momentos de não enxergar… depois de tanto sofrimento, desilusão, perda de esperança e decepções, nem sempre é fácil perceber que ali dentro de nós “Algo” vive. Percebo, ao longo do meu caminho, esses momentos de torpor causados pela dor, de desesperança provocada pelo sofrimento, que me impedem de ver a Vida que vive em mim apesar e depois de tudo?
João nos conta que Maria Madalena reconheceu Jesus quando Ele a chamou pelo nome. “Maria! – disse Jesus”. João quer nos ensinar que uma das formas de voltar a ver a Vida que está sempre viva dentro de nós é o diálogo íntimo com Deus. Chamar pelo nome denota intimidade, conhecimento de alguém, proximidade. Quando Jesus interpelou Maria pela primeira vez, ela não o reconheceu; “Mulher”, dissera Jesus. Porém, quando Jesus a interpelou pela segunda vez, chamando-lhe pelo nome – “Maria!” –, a amiga de Jesus o reconheceu e viu que aquele que vira morto vivia. É a conversa de intimidade, chamando pelo nome, entre amigos que se conhecem, a oração que nos permite encontrar a Vida que nunca morre.
Nesse tempo pascal, peçamos a Jesus, sempre vivo, que nos chame pelo nome, que nos leve a uma relação de amizade e intimidade com ele, guiados pelo Espírito, a fim de que também reconheçamos a Vida e constatemos que a morte – qualquer tipo dela – não prevalece… nunca.
João Gustavo H. M. Fonseca – Família Missionária Verbum Dei de Belo Horizonte