Dois pontos podem guiar a reflexão de hoje: a esperança e certeza de Jesus sobre a vinda do Reino e a prevalência que deve ter, em nossa vida, o mero pertencimento a esse Reino.

Jesus, dando instruções aos discípulos, instiga-os a pedir ao Pai mais trabalhadores, pois são poucos, mas a messe é grande. Que peçam que se enviem mais trabalhadores à colheita. Jesus confia na semente que ele, semeador, semeou, e confia também naquelas que tentamos plantar com nossa vida. Confia tanto, que seu pedido é de uma tropa maior para a colheita… e toda colheita pressupõe frutos.

A fé de Jesus no trabalho de seus discípulos é tal, que lhes envia a pregar a proximidade do Reino e a dizer que a paz esteja no lugar aonde entrarem. Nossa fé e nossas ações aproximam ou afastam o Reino? Podemos dizer, a partir de nossa vida, o que Jesus pediu que dissessem os discípulos? A paz, em nossa vida, é mera palavra, ou não precisa ser dita, por se traduzir em gestos?

Outro ponto interessante é o diálogo após o retorno dos discípulos. Estes ficaram empolgados, pois conseguiram realizar a missão que Jesus lhes confiara, atestando que até os demônios os tinham obedecido pelo nome do mestre. Jesus, embora confirme que tudo a eles se submete pelo poder que lhes confia, não afirma que o motivo de júbilo seja esse. Para Jesus, a alegria deve estar no pertencimento ao Reino. E o pertencimento ao Reino é pelo amor, sentido e praticado a cada dia, mesmo que não possamos curar todos os doentes e expulsar toda a má vontade por onde passarmos…

São Paulo segue o mesmo raciocínio ao eleger a caridade como a rainha das virtudes. E nós, estamos dispostos a sair do paradigma do êxito, do poder, em direção à alegria simples de tentar construir o Reino, que não é compromissada com o resultado, mas com o amor derramado pelo caminho?

João Gustavo Henriques de Morais Fonseca, graduando em Direito na UFMG – Família Missionária Verbum Dei – FamVD