Enviados na alegria do Evangelho (Marcos 3,13-19)
15 de janeiro de 2016II Domingo do Tempo comum – Ano C
17 de janeiro de 2016“Depois disso, Jesus e os seus discípulos foram para a região da Judeia. Ele ficou algum tempo com eles ali e batizava as pessoas. João também estava batizando em Enom, perto de Salim, porque lá havia muita água. (João ainda não tinha sido preso.)
Alguns discípulos de João tiveram uma discussão com um judeu sobre a cerimônia de purificação. Eles foram dizer a João:
– Mestre, aquele homem que estava com o senhor no outro lado do rio Jordão está batizando as pessoas. O senhor falou sobre ele, lembra? E todos estão indo atrás dele.
João respondeu:
– Ninguém pode ter alguma coisa se ela não for dada por Deus. Vocês são testemunhas de que eu disse: ‘Eu não sou o Messias, mas fui enviado adiante dele.’ Num casamento, o noivo é aquele a quem a noiva pertence. O amigo do noivo está ali, e o escuta, e se alegra quando ouve a voz dele. Assim também o que está acontecendo com Jesus me faz ficar completamente alegre. Ele tem de ficar cada vez mais importante, e eu, menos importante.”
O Evangelho de hoje nos convida a colocar o olhar na figura de João Batista. João era o precursor do Messias. As circunstâncias que envolveram seu nascimento já faziam perguntar: “O que será que esse menino vai ser?” (Lc 1, 66). “Pois, de fato, o poder do Senhor estava com ele.” Seu pai Zacarias, cheio do Espírito Santo, profetizou: “E você, menino, será chamado de profeta do Deus Altíssimo e irá adiante do Senhor a fim de preparar o caminho para ele. Você anunciará ao povo de Deus a salvação que virá por meio do perdão dos pecados deles.” (Lc 1, 76-77)
E foi o que João viveu. Foi para o deserto e viveu uma vida de coerência, centrada apenas em Deus, na maior simplicidade e até austeridade. Sua vida confirmava o dom de Deus que lhe dava autoridade para orientar o povo no sentido da conversão. Seu batismo era, de fato, um batismo de conversão para o perdão dos pecados. Muitos chegavam junto dele perguntando: “O que devo fazer?” E ele marcava a vida de muitas pessoas que se transformaram. O próprio Jesus, num gesto de humildade, se fez batizar por João Batista. E olha o que disse dele: “De todos os homens que já nasceram, João Batista é o maior.” (Mt 11,11)
Mas onde estava o olhar de João? Qual era a sua intenção no que vivia? Qual a sua busca? Procurar contemplar isso na nossa oração.
Os discípulos de João ficam enciumados porque Jesus está batizando também e atraindo a muitas pessoas. E vão dizer isso a ele. Mas esta é a resposta de João: “Vocês são testemunhas de que eu disse: ‘Eu não sou o Messias, mas fui enviado adiante dele.’” João deixa – e sempre deixou, a qualquer um que o questionasse – clara a sua missão. Mais de uma vez ele afirmou: “Eu não sou o Messias”. E já disse também: “Eu sou uma voz que grita no deserto.” “Depois de mim vem alguém que é mais importante do que eu, e eu não mereço a honra de me abaixar e desamarrar as correias das sandálias dele. Eu batizo vocês com água, mas ele os batizará com o Espírito Santo.” (Mc 1,7-8)
E aqui João volta a falar com imensa humildade, numa belíssima metáfora: a do noivo, da noiva e do amigo do noivo. A noiva pertence ao noivo (querendo dizer da pertença do amor) e o amigo se alegra com a voz do noivo. Jesus Cristo é o verdadeiro noivo e João se coloca como o amigo. “Assim também o que está acontecendo com Jesus me faz ficar completamente alegre.” E qual esta alegria completa, plena a que João se refere e experimenta? De deixar as pessoas com Cristo, realizando plenamente com isso a sua missão. “Ele tem de ficar cada vez mais importante, e eu, menos importante.”
O que João Batista nos ensina?
Tania Pulier, comunicadora social, membro da Família Missionária Verbum Dei e da pré-CVX Cardoner.