“Eu ensinarei vocês a pescar gente”
30 de novembro de 2016“Dois cegos começaram a segui-lo”
2 de dezembro de 2016— Não é toda pessoa que me chama de “Senhor, Senhor” que entrará no Reino do Céu, mas somente quem faz a vontade do meu Pai, que está no céu.
— Quem ouve esses meus ensinamentos e vive de acordo com eles é como um homem sábio que construiu a sua casa na rocha. Caiu a chuva, vieram as enchentes, e o vento soprou com força contra aquela casa. Porém ela não caiu porque havia sido construída na rocha.
— Quem ouve esses meus ensinamentos e não vive de acordo com eles é como um homem sem juízo que construiu a sua casa na areia. Caiu a chuva, vieram as enchentes, e o vento soprou com força contra aquela casa. Ela caiu e ficou totalmente destruída.
Bom dia Trindade, Pai, Jesus Cristo e Espírito Santo. Bom dia Maria, querida mãe.
Nos colocamos diante de sua palavra, Jesus, confiando que o Senhor não nos faltará e que o Espírito Santo virá em nosso auxílio para revelar a mensagem que o texto de hoje nos traz.
Após ler o texto com atenção, a primeira pergunta que podemos fazer é: por qual razão eu chamo Jesus de Senhor?
Ao deixar esta pergunta ressoar profundamente em nós, podemos captar melhor a mensagem do texto.
Estamos acostumados a chamar pessoas por títulos em vez de nomes, pois faz parte de costume e, muitas vezes, a pessoa chamada faz questão que seja assim, de tal forma que fique muito clara a sua posição diante de nós.
Jesus não pretende se desfazer de sua condição de Senhor, pelo contrário, Ele a assume, mas insiste em colocar os valores em seus devidos lugares.
Em certa ocasião, após lavar os pés de seus discípulos, Ele disse: “Vocês entenderam o que eu fiz? Vocês me chamam de ‘Mestre’ e de ‘Senhor’ e têm razão, pois eu sou mesmo. Se eu, o Senhor e o Mestre, lavei os pés de vocês, então vocês devem lavar os pés uns dos outros. Pois eu dei o exemplo para que vocês façam o que eu fiz” (Jo 13, 12b-15).
Então, podemos perceber que chamar Jesus de Senhor traz uma consequência importante: o seguimento.
É como se Jesus nos dissesse: “não me chame de Senhor da boca para fora, mas, pelo contrário, faça-o da boca para dentro. É no seu coração que desejo ser Senhor”.
Quando penso que Santa Teresa de Calcutá passou grande período de sua vida sem sentir a presença de Deus, vivendo uma longa noite escura, entendo melhor o que é construir uma casa na rocha.
A casa na rocha é a entrega do coração ao senhorio de Cristo. Ao deixar que o Senhor governe nosso coração, construímos nossa casa espiritual na rocha. Assim acredito ter acontecido com Madre Teresa. Nada conseguia demovê-la do desejo de servir a Deus, mesmo que não sentisse sua presença.
Neste contexto, são muito significativas duas frases atribuídas a ela: “Ame até que doa. Se dói, é um bom sinal” e “Encontrei um paradoxo, que se você amar até doer, não poderá haver mais dor, somente amor”.
Quando olhamos o exemplo de um santo canonizado, sua imensa obra, podemos nos sentir distantes e acuados no seguimento de Cristo, porém é importante lembrarmos que a construção de uma casa se faz tijolo por tijolo, daí a importância de percebermos nas pequenas coisas, nas mais simples do nosso dia a dia, se estamos colocando em prática os ensinamentos do Mestre. Não dá para começar uma casa pelo telhado e devemos contar com a graça de Deus, que nos vai ajudando a continuar a cada tijolo que colocamos.
Senhor Jesus, queremos construir nossa casa sobre a rocha. Queremos ficar firmes no amor, sem nos curvarmos às tempestades que a vida nos traz cotidianamente, não queremos deixar que o mal nos vença, antes queremos vencer o mal com o bem (Rm 12, 21), por isso contamos com sua presença constante em nossas vidas, pois sem você, nosso Senhor e Mestre, nada podemos fazer. Amém!
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João Batista Pereira Ferreira – Família Verbum Dei – Belo Horizonte