“As palavras do Senhor são verdadeiras; tudo o que ele faz merece confiança”
27 de maio de 2018O Reino é dom e partilha (MC 10,28-31)
29 de maio de 2018Evangelho – Mc 10,17-27
17Quando Jesus estava saindo de viagem, um homem veio correndo, ajoelhou-se na frente dele e perguntou:
Hoje Jesus nos convida ao despojamento.
A pergunta feita pelo jovem poderia ter sido feita por qualquer um de nós. Somos esse jovem com tanto ainda a descobrir sobre a vida e sobre como vivê-la plenamente e também o somos no que se refere ao apego.
A fala de Jesus é muito simples no direcionamento do caminho, mas as ações necessárias são bem difíceis de realizar. Abrir mão de tudo. O que isso pode significar? Jesus nos quer livres de nossos pesos para segui-lo e encontrarmos a vida eterna. Não quer que carreguemos conosco nada que nos possa tirar a atenção do nosso foco. Nossa entrega precisa ser total. E os bens matérias, conforme o modo como os encaramos, tornam-se pesos que carregamos pela vida.
O convite ao despojamento deve ser levado muito a sério. Jesus espera que consigamos relativizar nossos bens. O que pudermos conseguir de riqueza só fará sentido se puder ser utilizado para fazermos o bem ao outro e não para alimentar nosso egoísmo e nossa ganância. Transformar o que nos sobra em bem para o próximo nos coloca no caminho de Jesus. Estaremos seguindo Jesus sempre que formos capazes disso. Do contrário, estaremos nos entregando pelas metades a Deus.
A pobreza sugerida na fala de Jesus não quer dizer que devemos dispor de tudo o que temos, embora haja a possibilidade de fazê-lo (como muitos professam votos de pobreza). Significa não termos apego, não nos deixarmos escravizar pela matéria. Significa que nossa solidariedade, nosso compromisso com o mais próximo deve estar acima da acumulação de riquezas.
O jovem do texto de hoje, não conseguindo essa condição, foi embora. Nós também repetimos esse comportamento em nossa vida. Quantas vezes perguntamos a Deus o que fazer para sermos felizes? E quantas vezes fraquejamos quando a resposta sugere que abramos mão de algo ou passemos por algum sacrifico? Nesse sentido, o despojar-se não é tarefa fácil, tanto no que se refere à matéria quanto no que diz respeito aos outros bens que possamos ter. Porém, não outro caminho.
É interessante perceber que o jovem foi embora triste. Assim também ficamos quando sabemos que podemos utilizar o que temos para fazer o bem e deixamos de fazê-lo por apego. E isso não tem a ver com bens matérias. Nossas habilidades, assim como os bens, só nos fazem bem se podem ser empregadas para tornar a vida do outro melhor. Em outras palavras, Jesus quer que entendamos que só seremos, de fato, felizes se pudermos contribuir para a felicidade do outro. Do contrário, ficaremos limitados em nossa infelicidade, como o jovem do evangelho.
Mestre, coloco hoje diante de você minha dificuldade em praticar o bem de modo irrestrito, minha dificuldade de me entregar completamente e de fazer de Seu projeto o meu projeto de vida.
Jesus, fortaleça-me para que eu possa ser abnegada(o) e generosa(o). Quero ser diferente do jovem do texto de hoje. Por isso, dê-me clareza para que eu possa entrar nas relações pensando no que posso fazer e oferecer para que “o outro” seja feliz e não no que posso receber. Que eu aprenda, de uma vez por todas, que o dar me torna mais feliz que o receber e que nada que eu alcance é verdadeiramente “meu” se também não puder ser “do outro”.
Também pedimos hoje, Jesus, pelo nosso Brasil. Que a realidade em que vivemos nessas semanas não seja mais que um impasse de governo e que não percamos de vista o senso de unidade e nossas expectativas e sonhos de ter um país melhor para viver.
Amém
Ana Paula Ferreira Família Missionária Verbum Dei – Belo Horizonte