O meu Pai trabalha até agora, e eu também trabalho.
14 de março de 2018Estavam querendo matá-lo (Jo 7,1-2.10.25-30)
16 de março de 2018LEITURA: JOÃO 5,31-47
(Naquele tempo, Jesus disse aos judeus:)
— Se eu dou testemunho a favor de mim mesmo, então o que digo não tem valor. Mas existe outro que testemunha a meu favor, e eu sei que o que ele diz a respeito de mim é verdade. Vocês mandaram fazer perguntas a João, e o testemunho que ele deu é verdadeiro. Eu não preciso que ninguém dê testemunho a meu favor, mas digo essas coisas para que vocês sejam salvos.
— João era como uma lamparina que estava acesa e brilhava, e por algum tempo vocês se alegraram com a luz dele. Mas eu tenho um testemunho a meu favor ainda mais forte do que o que João deu: são as coisas que eu faço, as quais o meu Pai me mandou fazer. Elas dão testemunho a favor de mim e provam que o Pai me enviou. Também o Pai, que me enviou, testemunha a meu favor. Vocês nunca ouviram a voz dele, nem viram o seu rosto. As palavras dele não estão no coração de vocês porque vocês não creem naquele que ele enviou. Vocês estudam as Escrituras Sagradas porque pensam que vão encontrar nelas a vida eterna. E são elas mesmas que dão testemunho a meu favor. Mas vocês não querem vir para mim a fim de ter vida.
— Eu não procuro ser elogiado pelas pessoas. Quanto a vocês, eu os conheço e sei que não amam a Deus com sinceridade. Eu vim com a autoridade do meu Pai, e vocês não me recebem. Quando alguém vem com a sua própria autoridade, esse vocês recebem. Como é que vocês podem crer, se aceitam ser elogiados pelos outros e não tentam conseguir os elogios que somente o único Deus pode dar? Não pensem que sou eu que vou acusá-los diante do Pai; quem vai acusá-los é Moisés, que é aquele em quem vocês confiam. Se vocês acreditassem em Moisés, acreditariam também em mim, pois ele escreveu a meu respeito. Mas, se vocês não acreditam no que ele escreveu, como vão acreditar no que eu digo?
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ORAÇÃO
Dois pontos me chamam atenção na palavra de Jesus para o dia de hoje. O primeiro deles diz respeito ao testemunho que está a favor de Jesus, que reside nas obras dele, as quais vieram de um cumprimento da vontade do Pai. O segundo ponto que chama atenção está na origem da glória que consagra Jesus, porque é um elogio que não pode ser esperado das pessoas, mas que vem como algo particular de Deus, uma vez que somente o Pai pode concedê-lo.
O maior testemunho de Jesus são as obras que ele realizou cumprindo os desígnios do Pai. Se a existência de Jesus fosse citada apenas pelos homens ou pelo próprio Cristo, isso seria um testemunho frágil. O discurso de Jesus e suas ações têm potência porque vêm daquilo que o Pai quer. A vida de Jesus somente tem credibilidade porque reflete os pensamentos de Deus.
E quanto a nós, o que dá testemunho a nosso favor? Se a nossa salvação vem unicamente da paixão do Cristo, então será a nossa vida inspirada em Jesus que nos dará credibilidade. Todo o resto é dispensável. Aquilo que nos dá nome e que conta quem somos tem origem na nossa relação com Jesus, notadamente no quanto conseguimos imitá-lo.
Se somos imitação de Cristo, então a glória que queremos é o mesmo elogio que interessava a Jesus. Essa glória vem unicamente de Deus, e não pode ser esperada, portanto, dos homens. Talvez por isso a cruz do seguimento de Jesus frequentemente nos esmague. Não podemos imitar Jesus esperando a glória dos homens: fama, riqueza, conforto e estabilidade. Isso certamente nos será frustrante. Pode ser, então, que estejamos olhando para o lado errado. Devemos mirar o tesouro do céu, exclusividade do Pai. Acordemos todos os dias pensando nisso.
Marcelo H. Camargos – Família Missionária Verbum Dei de BH/MG