O Messias veio para os pobres (LC 2,16-21)
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3 de janeiro de 2018Jo 1, 19-28
Este é o testemunho de João, quando os judeus enviaram, de Jerusalém, sacerdotes e levitas para lhe perguntar: “Quem és tu?” Ele confessou e não negou; ele confessou: “Eu não sou o Cristo”. Perguntaram: “Quem és, então? Tu és Elias?” Respondeu: “Não sou”. – “Tu és o profeta?” – “Não”, respondeu ele. Perguntaram-lhe: “Quem és, afinal? Precisamos dar uma resposta àqueles que nos enviaram. Que dizes de ti mesmo?” Ele declarou: “Eu sou a voz de quem grita no deserto: ‘Endireitai o caminho para o Senhor!’”, conforme disse o profeta Isaías. Eles tinham sido enviados da parte dos fariseus, e perguntaram a João: “Por que, então, batizas, se não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta?” João lhes respondeu: “Eu batizo com água. Mas entre vós está alguém que vós não conheceis: aquele que vem depois de mim, e do qual eu não sou digno de desatar as correias da sandália!” Isso aconteceu em Betânia, do outro lado do Jordão, onde João estava batizando.
Nesta semana e na próxima, continuamos vivendo e celebrando o Tempo de Natal. A liturgia nos convida a saborear o mistério do nascimento do Filho de Deus, contemplando a sua manifestação ao mundo, a partir de perspectivas diversas. É neste contexto que devemos ler e rezar o Evangelho de hoje, que também faz parte da liturgia do Advento. Aí o foco é João Batista e seu papel como precursor do Messias. Agora nossa atenção se volta para aquilo que João fala sobre Jesus.
Em primeiro lugar, me chamam a atenção as palavras: “entre vós está”. Deixemos ecoar em nós esta certeza: Jesus é o Deus-Conosco, o Emanuel, o Verbo de Deus que fez morada entre nós. Deus está perto de nós, está entre nós, é um de nós.
Mas o texto também diz que Ele é aquele que nós não conhecemos. Lembro-me das palavras do Evangelho do dia de Natal: “A Palavra estava no mundo, e o mundo foi feito por meio dela, mas o mundo não a reconheceu. Ela veio para o que era seu, mas os seus não a acolheram” (Jo 1, 10-11). O que faço para reconhecer o Deus que está no meio de nós? Como treino meus olhos e ouvidos para perceber a Jesus que está no mundo, que vem para o que é seu? De que maneira me empenho para estar entre aqueles que o acolheram? E não paremos por aí: Como me comprometo para, como João Batista, ser capaz de dizer quem é Jesus e mostrá-lo presente em nosso meio?
Finalmente, vejamos como João Batista “confessou e não negou” que ele não era o Messias, mas, ao mesmo tempo, indicou a proximidade da chegada do Salvador Esperado e se reconheceu indigno de estar a seus pés para prestar-lhe um serviço de servo (desatar a correia de suas sandálias). João Batista era conhecido como alguém importante para o povo, o próprio Jesus o elogiou publicamente em outra circunstância. Porém, em referência ao Filho de Deus que se fez humano, João sabe reconhecer seu lugar e seu papel: “eu sou a voz…” Tomara que nós, como discípulas/os missionárias/os de Jesus, também saibamos reconhecer e viver nosso papel na história de salvação!
Na sequência do evangelho, veremos João Batista apontar para Jesus como o Cordeiro de Deus, dando continuidade à revelação de quem é Jesus. Aqueles que estiverem atentos e abertos o seguirão. Renova em nós, Jesus, a capacidade de reconhecê-lo e de segui-lo, indicando também a outros a sua presença no meio de nós!
Priscila Cirino Teixeira – Missionária da Fraternidade Missionária Verbum Dei – BH