Jesus: o pastor, a porta, o caminho
8 de maio de 2017Delicados discernimentos (João 12, 44-50)
10 de maio de 2017Leitura: João 10, 22-30
Era inverno, e em Jerusalém estavam comemorando a Festa da Dedicação. Jesus estava andando pelo pátio do Templo, perto da entrada chamada “Alpendre de Salomão”. Então o povo se ajuntou em volta dele e perguntou:
— Até quando você vai nos deixar na dúvida? Diga com franqueza: você é ou não é o Messias?
Jesus respondeu:
— Eu já disse, mas vocês não acreditaram. As obras que eu faço pelo poder do nome do meu Pai falam a favor de mim, mas vocês não creem porque não são minhas ovelhas. As minhas ovelhas escutam a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna, e por isso elas nunca morrerão. Ninguém poderá arrancá-las da minha mão. O poder que o Pai me deu é maior do que tudo, e ninguém pode arrancá-las da mão dele. Eu e o Pai somos um.
Oração:
A pergunta que os judeus fazem a Jesus pode ser a introdução à oração de hoje. A pergunta talvez fosse feita por uns porque desejavam encontrar um pretexto para condenar Jesus; talvez fosse feita por outros porque estavam de fato querendo saber se Jesus vinha como o Messias que esperavam. Para ambos os grupos, a figura de Jesus causava confusão.
Na oração, posso colocar-me diante de Deus com franqueza. No mundo, muitas vezes é necessário rodear, medir as palavras, disfarçar… Com Ele, ao contrário, não é arriscado ser sincero… Pelo contrário, nos adiantamos muito na amizade com Ele quando vamos ao essencial de nossas buscas, angústias, medos, incertezas, sonhos e desejos. Olhando a nossa vida, nem sempre sabemos que parte é vida d’Ele em nós. Assim como os judeus quiseram saber se Jesus era o Messias, olhando a nossa história, podemos perguntar a Deus: “É você?”
Jesus é sincero, mas não responde com um sim ou um não. Ele revê o que já fez diante daqueles que o questionam. À minha pergunta – “É você?” – talvez Deus não responda com um sim ou com um não. Talvez Ele continue, como Jesus…
“Eu já disse, mas vocês não acreditaram”. Sou convidado a revisitar as declarações de Deus em minha vida, suas promessas e revelações, tudo que Ele disse e eu não consegui ou quis ouvir. Voltar à Palavra que Ele disse e, hoje, tentar ouvi-La.
“As minhas ovelhas escutam a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem”. Sou convidado a ser ovelha. A ovelha não tem de decidir por onde caminhar; ela tem de ouvir a voz do pastor que a leva aonde há pastagem. Mesmo que seja difícil ouvir a voz do pastor, quem às vezes só de longe posso ver e mal posso ouvir devido ao barulho das outras ovelhas, devo esforçar-me ao máximo para ouvi-la. Quando a ouço, sei para onde seguir.
“Eu lhes dou a vida eterna, e por isso elas nunca morrerão”. A ovelha que não morre é aquela que chega à pastagem segura, onde há sempre água e alimento e onde está protegida de ladrões e predadores. Peçamos ao Espírito que aumente em nós o desejo de encontrar essa pastagem, pois a vontade de chegar aí é que nos faz aguçar os ouvidos à voz do pastor, o Filho que, sendo com Ele um, nos guia ao Pai.
João Gustavo H. M. Fonseca, Família Verbum Dei de Belo Horizonte