A missão dos doze discípulos (MC 6, 7 – 13)
4 de fevereiro de 2016Evangelho – Mc 6,30-34 – Vinde sozinhos para um lugar deserto
6 de fevereiro de 2016Leitura: Marcos 6,14-29
O rei Herodes ouviu falar de tudo isso porque a fama de Jesus se havia espalhado por toda parte. Alguns diziam:
— Esse homem é João Batista, que foi ressuscitado! Por isso esse homem tem poder para fazer milagres.
Outros diziam que ele era Elias. Mas alguns afirmavam:
— Ele é profeta, como um daqueles profetas antigos.
Quando Herodes ouviu isso, disse:
— Ele é João Batista! Eu mandei cortar a cabeça dele, e agora ele foi ressuscitado!
Pois tinha sido Herodes mesmo quem havia mandado prender João, amarrar as suas mãos e jogá-lo na cadeia. Ele havia feito isso por causa de Herodias, com quem havia casado, embora ela fosse esposa do seu irmão Filipe. Por isso João tinha dito muitas vezes a Herodes: “Pela nossa Lei você é proibido de casar com a esposa do seu irmão!”
Herodias estava furiosa com João e queria matá-lo. Mas não podia porque Herodes tinha medo dele, pois sabia que ele era um homem bom e dedicado a Deus. Por isso Herodes protegia João. E, quando o ouvia falar, ficava sem saber o que fazer, mas mesmo assim gostava de escutá-lo.
Porém no dia do aniversário de Herodes apareceu a ocasião que Herodias estava esperando. Nesse dia Herodes deu um banquete para as pessoas importantes do seu governo: altos funcionários, chefes militares e autoridades da Galileia. Durante o banquete a filha de Herodias entrou no salão e dançou. Herodes e os seus convidados gostaram muito da dança. Então o rei disse à moça:
— Peça o que quiser, e eu lhe darei.
E jurou:
— Prometo que darei o que você pedir, mesmo que seja a metade do meu reino!
Ela foi perguntar à sua mãe o que devia pedir. E a mãe respondeu:
— Peça a cabeça de João Batista.
No mesmo instante a moça voltou depressa aonde estava o rei e pediu:
— Quero a cabeça de João Batista num prato, agora mesmo!
Herodes ficou muito triste, mas, por causa do juramento que havia feito na frente dos convidados, não pôde deixar de atender o pedido da moça. Mandou imediatamente um soldado da guarda trazer a cabeça de João. O soldado foi à cadeia, cortou a cabeça de João, pôs num prato e deu à moça. E ela a entregou à sua mãe. Quando os discípulos de João souberam disso, vieram, levaram o corpo dele e o sepultaram.
Oração: A bondade, o temor e o incômodo
A narrativa de hoje conta como se deu a execução de João Batista. Em meio ao relato de morte tão cruel, chama a atenção o próprio reconhecimento de Herodes de que João era um homem bom e temente a Deus. Está escrito que Herodes gostava de escutá-lo, e ao ouvi-lo ficava confuso. Ao pensarmos as características de João Batista, podemos tomá-lo como modelo de como precisamos ser hoje frente àquilo que Deus espera de cada um de nós.
João Batista era bom. Quando dizemos que alguém é bom, que uma pessoa é boa, de onde partimos para chegarmos a essa conclusão? Pensemos em todos aqueles que convivem conosco e os quais consideramos boa gente. De que forma vivem? Como se relacionam com os outros e com o mundo? E quanto a nós, como podemos viver a bondade em todos os momentos de nosso dia a dia? Temos sido bons para nós e para os outros?
João era temente a Deus. Temer a Deus significa reverenciá-Lo como nosso verdadeiro rei e senhor, colocando todo o resto em segundo plano. Temos de fato reverenciado nosso Deus em todas as coisas que pensamos e praticamos? Ou temos deixado de reverenciá-Lo para darmos voz às coisas do mundo e que na realidade nem pertencem a Ele?
A pregação de João Batista causava confusão. Mas essa confusão ocorria não porque Herodes não entendia o que ele queria dizer. A confusão levada por João acontecia devido ao incômodo que suas palavras causavam a Herodes, porque o texto diz que ele, ao ouvir João, ficava sem saber o que fazer. Da mesma forma, a Palavra anunciada por Jesus, antes de tudo, incomodava. Isso acontecia porque ela revelava a hipocrisia, a baixeza do mundo que imperava ao seu redor. Ele não nos veio dizer mais do mesmo, mas veio semear uma Palavra que causava imensa revolução, justamente porque questionava e incomodava aqueles que se dispunham a escutá-la.
Esforcemo-nos hoje para sermos espelhos de João Batista, a voz da bondade e do temor, capaz de preparar com firmeza a chegada daquele que, pelo incômodo, vem trazer luz e salvação para o mundo.
Marcelo H. Camargos – Família Missionária Verbum Dei de Belo Horizonte – MG