se o Pai que me enviou não o atrai
23 de abril de 2015Em missão
25 de abril de 2015Leitura: João 6,52-59
Naquele tempo, os judeus discutiam entre si, dizendo: ‘Como é que ele pode dar a sua carne a comer?’ Então Jesus disse: ‘Em verdade, em verdade vos digo, se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Porque a minha carne é verdadeira comida e o meu sangue, verdadeira bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. Como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo por causa do Pai, assim o que me come viverá por causa de mim. Este é o pão que desceu do céu. Não é como aquele que os vossos pais comeram. Eles morreram. Aquele que come este pão viverá para sempre.’ Assim falou Jesus, ensinando na sinagoga em Cafarnaum.
Oração:
O primeiro passo da oração de hoje será talvez enfrentar o estranhamento que também os judeus enfrentaram. Para ter a vida, como comer da carne de Jesus? Para viver para sempre, como beber do seu sangue?
Talvez a beleza das palavras de Jesus esteja na luz forte lançada sobre a realidade da encarnação. O homem, que é carne e sangue, foi visitado por Deus em carne e sangue. Deus, no Filho, teve vida como a nossa, que toca o chão e tateia, que sangra e sente dor. Deus foi humano. É humano para sempre. E nós participamos, assim, da alegria e do amor da Trindade.
Tentemos mergulhar, em silêncio, na ideia mais bonita e absurda da nossa fé: Deus nasceu de uma mulher, viveu como criança e adulto, morreu ferido, e essa vida voltou a viver. Em nenhuma religião se crê em algo parecido. Contemplar esse mistério é dar-se conta da impossiblidade de entendê-lo e admitir que, para professar a crença em algo tão improvável, só mesmo com a fé no Amor.
Que a nossa fé nos leve a ter na vida de Jesus – que toca o chão e as pessoas, que sente cheiro e tem cheiro, que sua, chora e sangra – o alimento que enche de sentido nossa existência. Estaremos comendo de sua carne, bebendo de seu sangue…
João Gustavo H. M. Fonseca, estudante de Direito na UFMG e membro da Família Verbum Dei de Belo Horizonte