III Domingo da Quaresma – Ano B
8 de março de 2015Tempo de exercitar a tolerância (Mt 18,21-35)
10 de março de 2015Lc 4, 24-30
Jesus, vindo a Nazaré, disse ao povo na sinagoga: ‘Em verdade eu vos digo que nenhum profeta é bem recebido em sua pátria. De fato, eu vos digo: no tempo do profeta Elias, quando não choveu durante três anos e seis meses e houve grande fome em toda a região, havia muitas viúvas em Israel. No entanto, a nenhuma delas foi enviado Elias, senão a uma viúva que vivia em Sarepta, na Sidônia. E no tempo do profeta Eliseu, havia muitos leprosos em Israel. Contudo, nenhum deles foi curado, mas sim Naamã, o sírio.’ Quando ouviram estas palavras de Jesus, todos na sinagoga ficaram furiosos. Levantaram-se e o expulsaram da cidade. Levaram-no até ao alto do monte sobre o qual a cidade estava construída, com a intenção de lançá-lo no precipício. Jesus, porém, passando pelo meio deles, continuou o seu caminho.
“Nenhum profeta é bem recebido em sua pátria.” Quantas vezes já vivenciamos este dito, que pode também ser traduzido por “santo de casa não faz milagres”! Estamos muitas vezes na Igreja, tentamos ser sal e luz na caminhada de outros, mas, na maioria das vezes, dentro de nossas casas, com os mais próximos, não conseguimos. Jesus vem nos trazer consolo e dizer que é assim mesmo…
Mas na leitura atenta do Evangelho na oração de hoje, deixei que essa frase ressoasse muitas vezes em meu coração e, no silêncio, pedi ao Senhor que me dissesse por que esse trecho me chama a atenção.
Continuando a leitura, Jesus diz aos presentes que Elias e Eliseu foram enviados a curar estrangeiros, a fazer milagres por estrangeiros . Elias foi enviado à viúva de Serepta (I Rs 17) e o sírio Naamã foi até Israel para ser curado por Eliseu (II Rs 5).
O convite forte que brotou em mim por essa leitura foi a me deixar ser estrangeira. Convite a não me apegar ao que me serviu um dia. A não me apegar ao que Jesus me disse um dia, ao que eu orei um dia, às minhas práticas quaresmais de anos passados. Se fazer estrangeiro é se deixar contaminar pela novidade do Evangelho. É ter a certeza de que o Evangelho é sempre Boa NOVA! Jesus me convida, hoje, a me deixar espantar pela novidade! A não me contentar com orações passadas. A não me apegar ao que Jesus me disse da última vez que li essa passagem, mas deixar que ele me revele sempre o novo! E nesse sentido ser estrangeira. Ser estrangeira nessas terras do Evangelho, em que a mesma paisagem pode ser diferente a cada dia.
Que possamos continuar vivendo esse tempo de travessia que é a Quaresma com intensidade e criatividade, fazendo com que práticas antigas possam nos revelar o que há de novo, em nós, nos outros e em Deus.
Pollyanna Vieira – Família Missionária Verbum Dei – BH -MG