Ser luz nas fronteiras (Mateus 4, 12-17.23-25)
5 de janeiro de 2015Jo 1,19-28
Nesses dias tenho pensado: o que me diferencia de uma pessoa que não tem fé? Que dizem as pessoas de mim? E eu? O que digo de mim mesma? O que tenho confessado ser? João confessa o que não é e tenta explicar o que de fato é. Será que tenho deixado que a minha vida fale de Deus, fale de Amor?… Para transmitir Deus ao mundo, para viver como quem tem fé, tenho que deixar que a fé entre em tudo que eu faço.
Como deixar que Deus habite no meio de nós? (Zc 2,14-16) E como manifestar essa presença no nosso cotidiano?
Sinto a necessidade de deixar transparecer o amor. No trânsito, por exemplo, como deixar transparecer o amor? Como adotar a solidariedade e a gentileza? Será que é cristão acelerar quando vejo que o carro ao lado deu seta manifestando intenção de mudar de faixa? Será que é cristão ocupar mais de uma vaga no estacionamento, fechar o carro da frente ou de trás?
E os meus relacionamentos, como andam? Se eu não posso atender a um convite, para que dizer que vou, quando já sei que não vou? Para que dizer que ligo, quando já sei que não vou ligar?
Muitas vezes vivo desconsiderando o outro, como se não fosse outro. Como se não tivesse outros planos, diferentes dos meus. Como se não tivesse mais o que fazer além de conviver comigo. Ou pior, nem paro pra pensar nisso.
Que possamos hoje nos encontrar com um Deus que nos considera, que não despreza nossos desejos, nossos anseios. E a partir desse encontro, com alguém que me ama profundamente, poder questionar as minhas relações, as minhas formas de amar.
João diz ser a voz que clama para que os caminhos do Senhor sejam aplainados. João é aquele que aponta o caminho para que encontrem com Jesus mais facilmente. Como tem sido nossos relacionamentos? Apontam para o Senhor? Aplainam os caminhos para o Senhor?
Muitas vezes nossos relacionamentos deixam tantas marcas de dor, de desprezo, de falta de amor, que o terreno das relações se torna pra nós, assustador, muito mais do que admirável.
Muitas vezes, farão conosco, que temos fé, que tentamos vivenciar o cristianismo, o mesmo que fizeram com João. Vão nos questionar. Vão achar que somos o que não somos, que sabemos o que não sabemos, que temos super poderes… Pensam que somos mais fortes porque temos fé, que aguentamos tudo, porque temos fé, que temos que sorrir o tempo todo porque temos fé, que temos que dizer sim a todos e a tudo porque temos fé. Nós também achamos muitas vezes que temos que suportar tudo porque temos fé.
Que na oração de hoje possamos deixar que Deus nos interpele a ser, na nossa mais pura humanidade, aqueles e aquelas que aplainam o caminho para o Senhor. Amém.
Pollyanna Vieira – Família Missionária Verbum Dei – BH – MG