Dai o que possuís e tudo ficará puro
14 de outubro de 2014Em busca da plenitude do Reino
16 de outubro de 2014Lc 11, 42-46
Naquele tempo, disse o Senhor: Aí de vós, fariseus, porque pagais o dízimo da hortelã, da arruda e de todas as outras ervas, mas deixais de lado a justiça e o amor de Deus. Vós deveríeis praticar isso, sem deixar de lado aquilo. Aí de vós, fariseus, porque gostais do lugar de honra nas sinagogas, e de serdes cumprimentados nas praças públicas. Aí de vós, porque sois como túmulos que não se vêem, sobre os quais os homens andam sem saber.’ Um mestre da Lei tomou a palavra e disse: ‘Mestre, falando assim, insultas-nos também a nós!’ Jesus respondeu: ‘Ai de vós também, mestres da Lei, porque colocais sobre os homens cargas insuportáveis, e vós mesmos não tocais nessas cargas, nem com um só dedo.
Orar com essa passagem levantou em mim muitos questionamentos. E o caminho percorrido para respondê-las pode ser muito proveitoso para gerar autoconhecimento.
Mais importante pra Jesus, do que qualquer outra coisa, são a justiça e o Amor! Vós deveríeis praticar isso, sem deixar de lado aquilo. Como fazer o que tem que ser feito sem deixar de lado a justiça e o amor? Me chama a tenção o fato de que Jesus não diz simplesmente justiça e amor, mas justiça e amor de Deus. Muitas vezes acho que estou defendendo a justiça. Mas estou defendendo mesmo a justiça de Deus? Muitas vezes acho que estou agindo com amor, mas estou agindo como amor de Deus?
Qual é o lugar de honra que tenho buscado? Quais são os cumprimentos que busco em praças públicas? Por que isso é importante pra mim? Quais são as opiniões que mais contam na minha vida? Por quê?
Era costume da época de Jesus marcar os sepulcros com cal para que os transeuntes pudessem evitá-los, já que pisar em um deles os deixaria impuros. Jesus sugere que há um mundo de morte escondido entre os vivos. Sugere que a hipocrisia dos fariseus e dos mestres da lei está sendo pedra de tropeço na vida das outras pessoas. O que, no meu dia a dia, tem sido sinal de morte? O que tem sido sinal de vida? Como tenho contribuído para a disseminação desses sinais?
Tenho visto pessoas preocupadas com a seca em várias regiões do País e com a consequente falta d’água. Mas não tenho visto tantas ações concretas para preservar esse bem. São em situações como essa que percebo mais forte a necessidade de oração e ação andarem juntas. De que adianta rezar pra chover se não monitoro o tempo do meu banho, se continuo “varrendo” a calçada com a mangueira? Depois de responder várias perguntas, talvez seja mais fácil perceber quais pesos me tem sido colocados e quais pesos tenho colocado sobre outros. Que peso é esse que me impede de caminhar? Por que quero que o outro faça o que eu ainda não sou capaz de fazer? Por que a mudança que quero ver no mundo tem que começar primeiro no outro e não em mim?
Que a nossa oração seja sempre motivação para a ação responsável e comprometida com o coletivo, com o bem geral.
Pollyanna Vieira – Família Missionária Verbum Dei – Belo Horizonte – MG