Tu és o Cristo de Deus.
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26º Domingo do Tempo Comum – Ano B
Domingo, 27 de setembro de 2015
“Os ensinos do Senhor são certos
e alegram o coração.”
Salmo 19.8
PREPARAÇÃO ESPIRITUAL
Senhor, desejo verdadeiramente preparar-me bem para este momento;
desejo profundamente que todo o meu ser esteja atento e disposto para ti.
Ajuda-me a iluminar minhas intenções.
Tenho tantos desejos contraditórios…!
Preocupo-me com coisas que não são nem importantes nem duradouras.
Contudo, sei que, se te entrego meu coração, não importa o que eu faça,
seguirei meu novo coração.
Em tudo o que sou, em tudo o que procurar fazer, em meus encontros, reflexões,
inclusive nas frustrações e erros, mas principalmente neste momento de oração,
em tudo isso, faze com que eu ponha minha vida em tuas mãos.
Senhor, sou inteiramente teu. Faze de mim o que quiseres. Amém.[1]
TEXTO BÍBLICO: Marcos 9.38-43,45,47-48
Jesus fala outra vez da sua morte e da sua ressurreição
Mateus 17.22-23; Lucas 9.43b-45
38João disse:
— Mestre, vimos um homem que expulsa demônios pelo poder do nome do senhor, mas nós o proibimos de fazer isso porque ele não é do nosso grupo.
39Jesus respondeu:
— Não o proíbam, pois não há ninguém que faça milagres pelo poder do meu nome e logo depois seja capaz de falar mal de mim. 40Porque quem não é contra nós é por nós. 41Eu afirmo a vocês que isto é verdade: quem der um copo de água a vocês, porque vocês são de Cristo, com toda a certeza receberá a sua recompensa.
O perigo do pecado
Mateus 18.6-9; Lucas 17.1-2
42Jesus continuou:
— Quanto a estes pequeninos que creem em mim, se alguém for culpado de um deles me abandonar, seria melhor para essa pessoa que ela fosse jogada no mar, com uma pedra grande amarrada no pescoço. 43Se uma das suas mãos faz com que você peque, corte-a fora! Pois é melhor você entrar na vida eterna com uma só mão do que ter as duas e ir para o inferno, onde o fogo nunca se apaga. 45Se um dos seus pés faz com que você peque, corte-o fora! Pois é melhor você entrar na vida eterna aleijado do que ter os dois pés e ser jogado no inferno. 47Se um dos seus olhos faz com que você peque, arranque-o! Pois é melhor você entrar no Reino de Deus com um olho só do que ter os dois e ser jogado no inferno. 48Ali os vermes que devoram não morrem, e o fogo nunca se apaga.
1. LEITURA
Que diz o texto?
Srta. Francis Castillo[2] – Diác. Alejandro Ulloa[3]
ü Algumas perguntas para ajudar-te em uma leitura atenta…
O que diz João a Jesus? Que lhe responde Jesus? Do que Jesus adverte seus discípulos? O que acontecerá àquele que der de beber um copo de água a um discípulo de Jesus? Como Jesus descreve o inferno?
Algumas pistas para compreender o texto:
Neste evangelho segundo Marcos, encontramos João, com zelo missionário, dizendo a Jesus: “Mestre, vimos um homem que expulsa demônios pelo poder do nome do senhor, mas nós o proibimos de fazer isso porque ele não é do nosso grupo” (v. 38). “No nome do senhor” é uma fórmula de cunho semita que se encontra no Antigo Testamento. Estes versículos apresentam quatro momentos que usa esta fórmula (vv. 37.38.39.41), até o ponto de assumir significados um pouco diferentes. Assim, no v. 38, tem-se o exorcismo dos demônios pelo poder do nome de Jesus, entendido quase como instrumento nos vv. 37 e 39, e talvez, também no v. 41; por outro lado, a ação realiza-se sobre a base da fé no poder de Jesus, ou seja, com um apelo direto à sua autoridade divina. Jesus também explica a João que uma coisa é que os discípulos de Jesus constituam o grupo mais próximo dele, e outra é que se considerem os depositários exclusivos do anúncio do Reino. Jesus responde-lhes: “Não o proíbam, pois não há ninguém que faça milagres pelo poder do meu nome e logo depois seja capaz de falar mal de mim (v. 39). Jesus refere-se à universalidade dos chamados ao discipulados missionários e acrescenta que “quem der um copo de água a vocês, porque vocês são de Cristo, com toda a certeza receberá a sua recompensa” (v. 40), o que implica que Jesus abençoará os que forem solidários com seus enviados. Dois elementos destacam-se nesta parte do evangelho: a universalidade do chamado e a recompensa.
Outro tema que se sobressai neste evangelho é o escândalo e o perigo quando se trata dos pequeninos: “Quanto a estes pequeninos que creem em mim, se alguém for culpado de um deles me abandonar, seria melhor para essa pessoa que ela fosse jogada no mar, com uma pedra grande amarrada no pescoço” (v. 42). Uma pedra grande amarrada ao pescoço era o instrumento usado na Palestina, naquele tempo, para moer o trigo que era jogado de cima, entre duas pedras. Aqui se fala da pedra como instrumento de suplício, usado entre os romanos.
No v. 42 se denuncia a gravidade de toda tentativa de seduzir os crentes; agora estes é que são advertidos dos obstáculos e insídias que trazem dentro de si ou que buscam por si mesmos. Metaforicamente se fala da mão, do pé e do olho como possíveis impedimentos para nossa entrada no Reino dos Céus, pois diante da tentação do pecado, é necessário tomar uma decisão radical.
“Corte-o!” – de acordo com a formulação de toda esta passagem, não se fala aqui de mutilação no sentido da prática de alguns cultos pagãos antigos. Por outro lado, quer-se afirmar que Deus está em primeiro lugar, inclusive acima das coisas mais queridas; nada deve obstaculizar nossa fidelidade a Ele, mesmo à custa de grandes renúncias. Quando se fala de “entrar na vida eterna”, “entrar no Reino de Deus”, está-se a indicar, por conseguinte, a comunhão com Deus, a qual cresce já na existência terrena daquele que crê, e está aberta infinitamente ao futuro.
2. MEDITAÇÃO
O que o Senhor me diz no texto?
O evangelho deste domingo nos apresenta vários ensinamentos que Jesus dá a seus amigos. Trabalhar em comunidade, sem criar entre nós antipatias, é difícil. Por diversas circunstâncias, temos sido inconvenientes para algum irmão, ou alguém o foi para nossas tarefas pastorais; no entanto, se todos trabalharmos com boa intenção, colocando sempre em primeiro lugar o nome de Jesus, certamente todo incômodo será superado da melhor maneira. O problema estará quando permitimos crescer estes problemas e vincularmos mais pessoas e motivos que tornam mais razoável nosso desgosto. Para essa circunstância, Jesus tem uma mensagem específica: é um grande erro fazer outros caírem em pecado, dissociar, invejar; é mau testemunho de seguidor de Jesus e, certamente, daria ensejo a atitudes “do mundo”. Portanto, devido à nossa falta de testemunho positivo, faremos muitos caírem em pecado, pois, sem que o saibamos, fixam-se em nosso modo de agir por sermos de Cristo.
De modo igual, Jesus convida-nos a ter uma atitude radical diante do pecado, conforme no-lo explica o Papa Bento XVI: “Na realidade, trata-se da decisão entre o egoísmo e o amor, entre a justiça e a desonestidade, ou seja, entre Deus e Satanás. Se amar Cristo e os irmãos não é considerado como uma espécie de acessório e superficial, mas antes como a finalidade verdadeira e última de toda a nossa existência, é preciso saber fazer opções básicas, estar dispostos a renúncias radicais, e se necessário ao martírio. Hoje, como ontem, a vida do cristão exige a coragem de ir contra a corrente, de amar como Jesus, que chegou ao sacrifício de si na cruz”.[4]
Continuemos nossa meditação com estas perguntas:
Como me relaciono com as pessoas que têm uma forma de pensar diferente? Meu modo de proceder ou minhas palavras têm levado alguma pessoa a distanciar-se de Jesus? Tomo decisões radicais frente ao pecado?
3. ORAÇÃO
O que respondo ao Senhor me fala no texto?
Perdoa, Senhor,
os egoísmos, os orgulhos e os rancores
que me distanciam de meus irmãos
e me fazem uma pessoa mal-humorada, amarga, ressentida,
incapaz de sorrir,
e também incapaz de agradecer
tudo o que me tens dado.
Perdoa, Senhor, tudo o que me impede
de tornar realidade em minha vida, de maneira radical,
o Evangelho de Jesus, sua Boa Nova de salvação
e de Vida eterna.
Amém.[5]
4. CONTEMPLAÇÃO
Como ponho em prática, me minha vida, os ensinamentos do texto?
Dá-me, Senhor, um coração aberto,
que possa compreender e aceitar os que não pensam como eu.
5. AÇÃO
Com que me comprometo para demonstrar mudança?
Cada dia desta semana, pedirei ao Senhor
por uma pessoa que pensa diferentemente de mim.
“A soberba não é grandeza, mas inchaço; e o que está inchado, parece grande,
mas não está sadio!”.
Santo Agostinho
[2] Leiga engajada, membro da Equipe de Formação da Pastoral de Juventude da Nicarágua; acompanha a Pastoral Universitária da Diocese de Juigalpa. Trabalha como Coordenadora Católica da Alpha Nicarágua. Foi membro da Equipe Latino-Americana da Pastoral de Juventude do CELAM.
[3] Diácono transitório da Diocese de León, estudante do quarto ano de teologia no Seminário Nacional Interdiocesano Nossa Senhora de Fátima, de Manágua, Nicarágua.
[4] Homilia do Papa Bento XVI na santa missa celebrada durante a visita pastoral à diocese suburbicária de Velletri-Segni.
https://w2.vatican.va/content/benedict-xvi/pt/homilies/2007/documents/hf_ben-xvi_hom_20070923_velletri.html