A parábola do semeador… e do agricultor
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25º Domingo do Tempo Comum – Ano B
Domingo, 20 de setembro de 2015
“Eu sei que é o Senhor Deus quem me ajuda.”
Salmo 54.6
PREPARAÇÃO ESPIRITUAL
Senhor, desejo verdadeiramente preparar-me bem para este momento;
desejo profundamente que todo o meu ser esteja atento e disposto para ti.
Ajuda-me a iluminar minhas intenções.
Tenho tantos desejos contraditórios…!
Preocupo-me com coisas que não são nem importantes nem duradouras.
Contudo, sei que, se te entrego meu coração, não importa o que eu faça,
seguirei meu novo coração.
Em tudo o que sou, em tudo o que procurar fazer, em meus encontros, reflexões,
inclusive nas frustrações e erros, mas principalmente neste momento de oração,
em tudo isso, faze com que eu ponha minha vida em tuas mãos.
Senhor, sou inteiramente teu. Faze de mim o que quiseres. Amém.[1]
TEXTO BÍBLICO: Marcos 9.30-37
Jesus fala outra vez da sua morte e da sua ressurreição
Mateus 17.22-23; Lucas 9.43b-45
30Jesus e os discípulos saíram daquele lugar e continuaram atravessando a Galileia. Jesus não queria que ninguém soubesse onde ele estava 31porque estava ensinando os discípulos. Ele lhes dizia:
— O Filho do Homem será entregue nas mãos dos homens, e eles vão matá-lo; mas três dias depois ele ressuscitará.
32Eles não entendiam o que Jesus dizia, mas tinham medo de perguntar.
Quem é o mais importante
Mateus 18.1-5; Lucas 9.46-48
33Jesus e os discípulos chegaram à cidade de Cafarnaum. Quando já estavam em casa, Jesus perguntou aos doze discípulos:
— O que é que vocês estavam discutindo no caminho?
34Mas eles ficaram calados porque no caminho tinham discutido sobre qual deles era o mais importante.
35Jesus sentou-se, chamou os doze e lhes disse:
— Se alguém quer ser o primeiro, deve ficar em último lugar e servir a todos.
36Aí segurou uma criança e a pôs no meio deles. E, abraçando-a, disse aos discípulos:
37— Aquele que, por ser meu seguidor, receber uma criança como esta estará também me recebendo. E quem me receber não recebe somente a mim, mas também aquele que me enviou.
1. LEITURA
Que diz o texto?
Srta. Francis Castillo[2] – Diác. Alejandro Ulloa[3]
ü Algumas perguntas para ajudar-te em uma leitura atenta…
Que lugar percorriam Jesus e os discípulos? Qual é o anúncio que Jesus faz a seus discípulos? A que lugar chegaram? A respeito do que falavam os discípulos durante o caminho? Que diz Jesus quanto a ser o mais importante? Que faz Jesus com a criança, e o que disse?
Algumas pistas para compreender o texto:
Esta segunda parte do capítulo nove, que Marcos enquadro na viagem de Jesus a Jerusalém através da Galileia, está constituída quase inteiramente por ditos, reunidos aqui e reorganizados pelo evangelista sob a forma de uma instrução aos discípulos. Marcos sublinha especialmente o caráter privado desse momento, ao tornar a propor a linha do “segredo messiânico” de maneira ainda mais ampla do que de costume: recomenda que não se dê a conhecer nem sequer a própria viagem. Jesus não queria que ninguém soubesse de sua presença, porque desejava, além do mais, estar a sós com seus discípulos, ensinando-lhes, e porque queria anunciar-lhes, pela segunda vez, sua paixão, morte e ressurreição.
Comparando-se com os outros dois anúncios (8.31 e 10.32c-34), este fica reduzido ao essencial: por isso é considerado o mais próximo das palavras pronunciadas por Jesus.
Neste segundo anúncio de sua paixão e ressurreição, Jesus explica-lhes que: o Filho do homem vai ser entregue nas mãos do homens (v. 31), ou seja, que Deus-Pai entregou seu Filho amado para que a humanidade fosse salva, e serão os homens que o açoitarão cruelmente, zombarão dele e o crucificarão; em seguida, o Pai o ressuscitará. Os discípulos, porém, não compreendem o que Jesus quer dizer-lhes. Marcos revela dois sentimentos nos discípulos: não entendiam e tinham medo de perguntar-lhe. O mistério da morte e da ressurreição de Jesus supera os níveis da compreensão puramente humana, e a perspectiva do sofrimento sempre causa temor.
Nos poucos versículos que se seguem ao segundo anúncio da paixão e ressurreição, Marcos apresenta-nos primeiramente um episódio no qual se colocam em evidência a incompreensão e o comportamento dos discípulos, muito contrários às atitudes de Jesus; em seguida, algumas palavras à guisa de instrução acerca das opções necessárias para poder segui-lo.
O silêncio dos discípulos (v. 32) indica-nos que têm dificuldade para assumir com radicalidade os ensinamentos de Jesus; por isso, as instruções que lhes dá são claras: faz parte do Reino de Deus não aquele que é mais importante, mas o que tem a capacidade de servir: isso é o que identifica o cristão. Depois, toma uma criança que, por sua idade, é sempre o último de todos, e, por ofício, é o servo de todos, e a constitui como um de seus preferidos em sua missão, dizendo a seus discípulos: “Aquele que, por ser meu seguidor, receber uma criança como esta estará também me recebendo. E quem me receber não recebe somente a mim, mas também aquele que me enviou” (v. 37).
Neste segundo anúncio, encontram-se três aspectos em Jesus:
– Fala do mistério pascal como se não fosse o protagonista.
– Indica a falta de aceitação e de entendimento por parte dos discípulos.
– Insiste em que as prioridades do Reino de Deus são diferentes das do mundo.
2. MEDITAÇÃO
O que o Senhor me diz no texto?
No evangelho dominical que escutamos na Eucaristia, Jesus faz o anúncio de sua morte e ressurreição aos discípulos, os quais parecem um tanto distraídos. Este episódio repete-se em múltiplas ocasiões em nossa vida: Jesus fala-nos de algo importante e transcendental, e nós, seus discípulos, não estamos em sintonia com ele. Jesus tem infinita paciência e parte das experiências cotidianas para formar-nos.
Quem é o mais importante? Talvez eu, porque comecei antes dos outros e sou mais amigo do padre? Ou, quem sabe, aquele que toca violão? Ou talvez aquele outro, porque é o coordenador da comunidade? Não. O único critério que Jesus usa para definir a importância é o serviço: quem quiser ser o primeiro, o importante, o grande, deve fazer-se pequeno e servir a seus irmãos. Que o amor próprio não nos encha o coração de egolatrias e de protagonismos, mas que o amor que Deus nos dá, por meio de dons e carismas, continue orientando nossa convivência fraterna.
De modo igual, o Papa são João Paulo II no-lo recordou da seguinte maneira: “Por que vocês, jovens, estão aqui? Não vieram, talvez, para convencer-se definitivamente de que ‘ser grandes’ quer dizer ‘servir’? Este ‘serviço’ não é certamente um simples sentimento humanitário. Nem a comunidade dos discípulos de Cristo é uma agência de voluntariado e de ajuda social. Um serviço dessa natureza ficaria reduzido ao horizonte de ‘espírito deste mundo’. Não! Trata-se de muito mais. A radicalidade, a qualidade e o destino do ‘serviço’ ao qual todos somos chamados se enquadram no mistério da Redenção do homem. Porque fomos criados, fomos chamados, fomos destinados, antes de mais nada, a servir a Deus, à imagem e semelhança de Cristo que, como Senhor de toda a criação, centro do cosmos e da história, manifestou sua realeza mediante a obediência até a morte, tendo sido glorificado na Ressurreição (cf. Lumen gentium, nº 36). O Reino de Deus realiza-se através desse ‘serviço’, que é plenitude e medida de todo serviço humano. Não age com o critério dos homens mediante o poder, a força e o dinheiro. Pede a cada um de nós total disponibilidade para seguir a Cristo, que ‘não veio para ser servido mas para servir’”.[4]
Continuemos nossa meditação com estas perguntas:
Estou atento à mensagem de Jesus e escuto-a cuidadosamente? Em minha vida, busco sentir-me reconhecido como o mais importante? Nos momentos em que servi ou fiz o bem a alguém, como me senti? Evito as bajulações? Como cresço na humildade?
3. ORAÇÃO
O que respondo ao Senhor me fala no texto?
Senhor,
quando eu tiver fome, dá-me alguém que necessite de comida;
quando eu sentir sede, dá-me alguém que precise de água;
quando eu sentir frio, dá-me alguém que necessite de calor.
Quando eu sofrer, dá-me alguém que necessite de consolo;
quando minha cruz parecer pesada, deixa-me partilhar a cruz do outro;
quando me vir pobre, põe ao meu lado algum necessitado.
Quando não tiver tempo, dá-me alguém que precise de meus minutos;
quando eu sofrer humilhação, dá-me ocasião para elogiar alguém.
Quando eu estiver desanimado, dá-me alguém para dar-lhe novo ânimo.
Quando eu sentir a necessidade de que cuidem de mim,
dá-me alguém de quem eu possa cuidar;
quando eu pensar em mim mesmo, volta minha atenção para outra pessoa.
Faze-nos dignos, Senhor, de servir a nossos irmãos;
dá-lhes, através de nossas mãos, não somente o pão de cada dia,
mas também nosso amor misericordioso, imagem do teu.[5]
4. CONTEMPLAÇÃO
Como ponho em prática, me minha vida, os ensinamentos do texto?
Senhor, quero servir e amar até à cruz, para depois, entrar na alegria de tua ressurreição.
5. AÇÃO
Com que me comprometo para demonstrar mudança?
Cada dia da semana, estarei disponível para servir a alguém que necessite, e rezarei a Jesus para que eu cresça na humildade.
“Somente na oração, e com a oração, aprendemos a servir aos demais!”.
São José Maria Escrivá
[2] Leiga engajada, membro da Equipe de Formação da Pastoral de Juventude da Nicarágua; acompanha a Pastoral Universitária da Diocese de Juigalpa. Trabalha como Coordenadora Católica da Alpha Nicarágua. Foi membro da Equipe Latino-Americana da Pastoral de Juventude do CELAM.
[3] Diácono transitório da Diocese de León, estudante do quarto ano de teologia no Seminário Nacional Interdiocesano Nossa Senhora de Fátima, de Manágua, Nicarágua.