Viver coerência entre oração e vida – Festa Liturgica de São João Batista
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31 de agosto de 2015LECTIO DIVINA
22º Domingo do Tempo Comum – Ano B
Domingo, 30 de agosto de 2015
“Ó Senhor Deus, quem tem o direito
de morar no teu Templo?”
Salmo 15.1
PREPARAÇÃO ESPIRITUAL
Amor divino, laço sagrado,
que unes ao Pai onipotente
e a seu bem-aventurado Filho,
Espírito consolador todo-poderoso,
dulcíssimo consolador dos aflitos,
impregna com tua soberana virtude
o mais profundo de meu coração;
que tua presença amiga encha de alegria,
pelo brilho deslumbrante de tua luz,
os rincões obscuros de minha morada abandonada;
vem fecundar com a riqueza de teu orvalho
o que uma longa estiagem fez murchar.
TEXTO BÍBLICO: Marcos 7. 1-8, 14-15, 21-23
Jesus e as tradições dos judeus
Mateus15.1-9
1Alguns fariseus e alguns mestres da Lei que tinham vindo de Jerusalém reuniram-se em volta de Jesus. 2Eles viram que alguns dos discípulos dele estavam comendo com mãos impuras, quer dizer, não tinham lavado as mãos como os fariseus mandavam o povo fazer.
3(Os judeus, e especialmente os fariseus, seguem os ensinamentos que receberam dos antigos: eles só comem depois de lavar as mãos com bastante cuidado. 4E, antes de comer, lavam tudo o que vem do mercado. Seguem ainda muitos outros costumes, como a maneira certa de lavar copos, jarros, vasilhas de metal e camas.)
5Os fariseus e os mestres da Lei perguntaram a Jesus:
— Por que é que os seus discípulos não obedecem aos ensinamentos dos antigos e comem sem lavar as mãos?
6Jesus respondeu:
— Hipócritas! Como Isaías estava certo quando falou a respeito de vocês! Ele escreveu assim:
“Deus disse:
Este povo com a sua boca diz
que me respeita,
mas na verdade o seu coração
está longe de mim.
7A adoração deste povo é inútil,
pois eles ensinam leis humanas
como se fossem mandamentos de Deus.”
8E continuou:
— Vocês abandonam o mandamento de Deus e obedecem a ensinamentos humanos.
Jesus fala sobre a impureza
Mateus 25.10-20
14Jesus chamou outra vez a multidão e disse:
— Escutem todos o que eu vou dizer e entendam! 15Tudo o que vem de fora e entra numa pessoa não faz com que ela fique impura, mas o que sai de dentro, isto é, do coração da pessoa, é que faz com que ela fique impura. 21Porque é de dentro, do coração, que vêm os maus pensamentos, a imoralidade sexual, os roubos, os crimes de morte, 22os adultérios, a avareza, as maldades, as mentiras, as imoralidades, a inveja, a calúnia, o orgulho e o falar e agir sem pensar nas consequências. 23Tudo isso vem de dentro e faz com que as pessoas fiquem impuras.
1. LEITURA
Que diz o texto?
P. Daniel Kerber
- Algumas perguntas para ajudar-te em uma leitura atenta…
Como comiam os discípulos de Jesus? Qual era a tradição que todos os judeus deviam seguir? A respeito de que os fariseus questionam os discípulos de Jesus? Conforme a resposta de Jesus, de que falou o profeta Isaías? O que torna o homem impuro?
Algumas pistas para compreender o texto:
Depois do longo discurso da multiplicação dos pães e do discurso do pão da vida que lemos do evangelho de João, voltamos novamente à leitura continuada do evangelho de Marcos, desta feita com uma ampla passagem a respeito do puro e do impuro, na qual a liturgia fez alguns cortes.
O texto apresenta duas grandes partes: de um lado, a crítica de alguns fariseus e mestres da lei aos discípulos de Jesus por não cumprirem os rituais de pureza, ao que se segue a resposta de Jesus (vv. 1-8); em seguida, partindo desse fato, Jesus apresenta um ensinamento sobre o puro e o impuro (vv. 14-23).
Tal como em muitas outras vezes, surge uma controvérsia entre fariseus e mestres da lei a respeito de Jesus. Desta vez, o motivo é que alguns de seus discípulos não cumpriam o ritual de lavar-se as mãos antes de comer. Conforme diz o texto na sequência (vv. 3-4), os judeus tinham muitos rituais que estavam estabelecidos por tradições orais e escritas, que se haviam transmitido de geração em geração, e que eram muito importantes, principalmente para os fariseus.
Jesus critica duramente essa atitude e evidencia que o que se cumpre são “leis humanas” (vv. 6-7) e, assim, deixa-se de lado a palavra de Deus.
Nos versículos seguintes, Jesus ensina a chave para distinguir o puro do impuro, que não está tanto no ritual, mas no modo de comportar-se.
Os judeus tinham muitos alimentos “impuros” (carne de porco, determinados tipos de peixes, etc.) e os fariseus eram muito rigorosos nesse tipo de rituais. Por isso, Jesus insiste em que o que torna impuro não é o que vem de fora (ou seja, o que se come ou o que se toca), mas o que sai do coração, o que pode tornar o homem impuro.
O ensinamento de Jesus aponta para uma dupla direção: a oposição fora/dentro e a oposição mandamento principal/tradição dos pais; a combinação das duas nos dá elementos de discernimento e linhas de ação.
O princípio para valorizar as ações é a intenção do coração; somente o íntimo do homem como origem da decisão é o que vale para Deus. O mais importante não sãos as práticas que seguem as tradições humanas, mas formar o próprio coração nos dois mandamentos principais do amor a Deus e do amor ao próximo (cf. 12.28-34).
2. MEDITAÇÃO
O que o Senhor me diz no texto?
O Evangelho deste domingo recorda-nos que a Deus se honra com um coração puro. Não se pode honrar a Deus unicamente com o cumprimento de normas, acalentando, ao mesmo tempo, ressentimentos e motivações egoístas. Nosso Pai, Deus, deu-nos o dom do discernimento; isto significa que fomos dotados com a capacidade de decidir entre o que nos faz bem e o que nos faz mal. Para tomar decisões e agir conforme o coração de Deus, é necessário inspirar-nos nele, deixando que o Espírito Santo habite em nós. A partir daí, Deus nos ajudará a agir sabiamente.
São João Paulo II explica: “O coração, criado para ser o lar do amor, chegou a ser o lar central da rejeição de Deus, do pecado do homem que se desvia de Deus para unir-se a toda sorte de ‘ídolos’. É quando, pois, o coração se torna ‘impuro’. Mas quando esse mesmo interior do homem se abre para Deus, encontra a ‘pureza’ da imagem e da semelhança impressas nela pelo Criador, desde o princípio.
“O coração é também o lar central da conversão que Deus deseja da parte do homem para o homem, com o objetivo de entrar em sua intimidade, em seu amor. Deus criou o homem para que este não seja nem indiferente nem frio, mas que esteja aberto para Deus”.
Continuemos nossa meditação com estas perguntas:
Você já parou para pensar na consequência de seu agir, quando em seu coração existem sentimentos maus? Que tipo de situações contribuem para que meu coração se torne impuro? Sou capaz de discernir na sociedade o que me faz bem e o que não me faz bem?
3. ORAÇÃO
O que respondo ao Senhor me fala no texto?
Senhor, bendize meu coração,
para que seja templo vivo de teu Espírito
e saiba oferecer calor e refúgio;
que seja generoso em perdoar e em compreender,
e aprenda a partilhar dor e alegria
com um grande amor.
Meu Deus, que possas dispor de mim,
com tudo o que sou, com tudo o que tenho.
4. CONTEMPLAÇÃO
Como ponho em prática, me minha vida, os ensinamentos do texto?
Fica dentro de meu coração, Senhor, para que te agrade sempre e aja com justiça.
5. AÇÃO
Com que me comprometo para demonstrar mudança?
Durante esta semana, no final de cada dia, farei um exame de consciência para identificar os sentimentos que movem meu agir. Revisarei meu interior para ser mais consciente de como e por que ajo assim com as demais pessoas.
“Senhor, meu coração é teu! Não permitas que seja ocupado por outra coisa senão por Ti, que és o prêmio de minhas vitórias e o apoio de minha fraqueza”.
Santa Margarida Maria de Alacoque