“Ó Senhor Deus, eu te chamei quando estava em profundo desespero. Escuta o meu grito, ó Senhor!”
6 de abril de 2014Para onde eu vou, vós não podeis ir (Jo 8, 21-30)
8 de abril de 2014Jo 8, 1-11
Jesus foi para o monte das Oliveiras. De madrugada, voltou de novo ao Templo. Todo o povo se reuniu em volta dele. Sentando-se, começou a ensiná-los. Entretanto, os mestres da Lei e os fariseus trouxeram uma mulher surpreendida em adultério. Colocando-a no meio deles, disseram a Jesus: ‘Mestre, esta mulher foi surpreendida em flagrante adultério. Moisés na Lei mandou apedrejar tais mulheres. Que dizes tu?’ Perguntavam isso para experimentar Jesus e para terem motivo de o acusar. Mas Jesus, inclinando-se, começou a escrever com o dedo no chão. Como persistissem em interrogá-lo, Jesus ergueu-se e disse: ‘Quem dentre vós não tiver pecado, seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra.’ E tornando a inclinar-se, continuou a escrever no chão. E eles, ouvindo o que Jesus falou, foram saindo um a um, a começar pelos mais velhos; e Jesus ficou sozinho, com a mulher que estava lá, no meio do povo. Então Jesus se levantou e disse: ‘Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou ?’ Ela respondeu: ‘Ninguém, Senhor.’ Então Jesus lhe disse: ‘Eu também não te condeno. Podes ir, e de agora em diante não peques mais.’
Os mestres da lei e fariseus queriam colocar Jesus em uma situação constrangedora. Se a resposta fosse simplesmente não, Jesus estaria se declarando contra a lei de Moisés. Se fosse sim, estaria incitando e promovendo a violência. Estaria indo contra o Amor que tantas vezes havia pregado. Para uma resposta complexa Jesus se dá tempo para pensar e responde considerando tudo: considera quem está perguntando, considera sobre quem se está perguntando e o que se está perguntando.
Ao ler o texto, o trecho que mais me chama a atenção é “Jesus foi para o monte das Oliveiras. De madrugada, voltou de novo ao Templo.” Senhor, o que você foi fazer no monte das Oliveiras? Provavelmente foi orar. Foi ficar a sós com o Pai. E é bonito perceber como esse encontro deu frutos no dia seguinte de Jesus. Provavelmente foi esse encontro com o Pai que inspirou a resposta de Jesus. Ao escrever na areia, talvez Jesus estivesse se recordando das palavras do Pai.
A resposta de Jesus proporciona um encontro pessoal dele com a mulher. Diz que todos saíram e Ele ficou sozinho com a mulher. É Jesus mesmo que coloca os meios para que estejamos a sós com Ele. E qual é o conteúdo da conversa? Jesus passa a mão na cabeça da mulher? Apaga o que ela fez? Não. Porque quer que ela cresça, dá a ela uma tarefa árdua, comprometedora e trabalhosa: vá e não peques mais! Não aponta erros, não acusa não condena. Mas também não apaga. Nos quer pessoas firmes, completas, inteiras, íntegras!
Com que agilidade tenho acusado e apontado os erros dos outros? Com que dificuldade reconheço os meus erros? Me acho sempre digna de compreensão. Mas tenho com os outros a mesma complacência?
Muitas vezes não coloco no centro as minhas dificuldades, não dialogo com Jesus a respeito dos meus erros, por medo de ser julgada, apedrejada, condenada.
Que possamos agora fechar os olhos, olhar pra dentro e reconhecer que um a um dos que me condenavam já foram despedidos por Jesus. Reconhecer que estamos só nós dois agora. E que nesse momento há espaço para compreensão, amor e acolhida da parte de Jesus. E que ele nos ajude para que da nossa parte haja disposição para continuar seguindo o caminho e corrigindo os nossos erros.
Pollyanna Vieira – Família Missionária Verbum Dei – BH-MG