Realizando a travessia (Mc 4,35-41)
1 de fevereiro de 2014Quais valores nos guiam? (Mc 5, 1-20)
3 de fevereiro de 2014PREPARAÇÃO ESPIRITUAL
Senhor Jesus, abre meus olhos e meus ouvidos à tua palavra.
Que eu leia e escute tua voz e medite teus ensinamentos.
Desperta minha alma e minha inteligência,
para que tua palavra penetre em meu coração
e eu possa saboreá-la e compreendê-la.
Fala, Senhor, que te escuto
e desejo pôr em prática tua doutrina,
porque tuas palavras são, para mim, vida, alegria, paz e felicidade.
Fala-me, Senhor! Tu és meu Senhor e Mestre,
e não escutarei a ninguém senão a ti. Amém.
TEXTO BÍBLICO: Lucas 2.22-40
Jesus é apresentado no Templo
22Chegou o dia de Maria e José cumprirem a cerimônia da purificação, conforme manda a Lei de Moisés. Então eles levaram a criança para Jerusalém a fim de apresentá-la ao Senhor. 23Pois está escrito na Lei do Senhor: “Todo primeiro filho será separado e dedicado ao Senhor.” 24Eles foram lá também para oferecer em sacrifício duas rolinhas ou dois pombinhos, como a Lei do Senhor manda.
25Em Jerusalém morava um homem chamado Simeão. Ele era bom e piedoso e esperava a salvação do povo de Israel. O Espírito Santo estava com ele, 26e o próprio Espírito lhe tinha prometido que, antes de morrer, ele iria ver o Messias enviado pelo Senhor. 27Guiado pelo Espírito, Simeão foi ao Templo. Quando os pais levaram o menino Jesus ao Templo para fazer o que a Lei manda, 28Simeão pegou o menino no colo e louvou a Deus. Ele disse:
29 — Agora, Senhor, cumpriste a promessa
que fizeste
e já podes deixar este teu servo
partir em paz.
30Pois eu já vi
com os meus próprios olhos
a tua salvação,
31que preparaste na presença
de todos os povos:
32uma luz para mostrar o teu caminho
a todos os que não são judeus
e para dar glória
ao teu povo de Israel.
33O pai e a mãe do menino ficaram admirados com o que Simeão disse a respeito dele. 34Simeão os abençoou e disse a Maria, a mãe de Jesus:
— Este menino foi escolhido por Deus tanto para a destruição como para a salvação de muita gente em Israel. Ele vai ser um sinal de Deus; muitas pessoas falarão contra ele, 35e assim os pensamentos secretos delas serão conhecidos. E a tristeza, como uma espada afiada, cortará o seu coração, Maria.
36Havia ali também uma profetisa chamada Ana, que era viúva e muito idosa. Ela era filha de Fanuel, da tribo de Aser. Sete anos depois que ela havia casado, o seu marido morreu. 37Agora ela estava com oitenta e quatro anos de idade. Nunca saía do pátio do Templo e adorava a Deus dia e noite, jejuando e fazendo orações. 38Naquele momento ela chegou e começou a louvar a Deus e a falar a respeito do menino para todos os que esperavam a libertação de Jerusalém.
A volta para Nazaré
39Quando terminaram de fazer tudo o que a Lei do Senhor manda, José e Maria voltaram para a Galileia, para a casa deles na cidade de Nazaré.
40O menino crescia e ficava forte; tinha muita sabedoria e era abençoado por Deus.
1. LEITURA
Que diz o texto?
Pe. Daniel Kerber
ü Algumas perguntas para ajudar-te em uma leitura atenta…
O que estava escrito na Lei do Senhor para que Maria e José fossem a Jerusalém? Por que Simeão reconheceu Jesus? O que Simeão disse a Maria? Quem era Ana?
ü Algumas considerações para uma leitura proveitosa…
O Evangelho do Domingo de hoje se enquadra na festa que celebramos da Apresentação do Senhor. Aos quarenta dias do nascimento, a mãe cumpria os ritos de purificação (cf. Lv 12.2-5), e juntamente com José, levaram Jesus ao templo de Jerusalém para apresentar sua oferenda.
O texto encaixa-se entre a ida a Jerusalém (v. 22) e o retorno para Nazaré (v. 39). No Templo da Cidade Santa, cumprem o que está ordenado na Lei (vv. 22-24), e temos as intervenções de Simeão e de Ana (vv. 36-38). Finalmente, faz-se alusão ao crescimento do menino: “O menino crescia e ficava forte; tinha muita sabedoria e era abençoado por Deus”.
O cumprimento da lei é ressaltado no início (v. 22) e no final do texto (v. 39), para destacar sua importância. O Filho de Deus, já desde o início de sua infância, faz-se obediente ao plano estabelecido por Deus para a salvação da humanidade. E este plano também está marcado pela pobreza: Maria e José oferecem um par de rolinhas ou dois pombinhos (v. 24), que eram a oferenda dos pobres (cf. Lv 12.8).
Os encontros subsequentes com Simeão e Ana vão mostrando diversos aspectos do cumprimento da promessa de Deus e, por outro lado, permitem ao leitor ver que é possível que um homem e uma mulher do povo reconheçam neste menino o Messias esperado. Através destas personagens, os próprios leitores – nós mesmos – somos interpelados à confissão de fé.
O encontro com Simeão (vv. 25-35) está marcado pela alegria do cumprimento da promessa; Simeão, ao ver o Senhor, compreende que sua vida está realizada: se o Salvador está, sua salvação também se realiza no meio de nós, uma salvação que alcança a todos os povos (v. 31). Por outro lado, porém, a cruz não deixa de fazer-se presente, desta vez no anúncio à mãe: “Este menino foi escolhido por Deus tanto para a destruição como para a salvação de muita gente em Israel… E a tristeza, como uma espada afiada, cortará o seu coração, Maria” (v. 34).
A profetisa Ana, que é apresentada como uma anciã que serve ao Senhor com jejuns e orações, reconhece também o menino e ensina a atitude adequada durante este encontro: a ação de graças e o testemunho: “… começou a louvar a Deus e a falar a respeito do menino para todos …” (v. 38). Estas personagens são apresentadas por Lucas como modelo da aceitação de fé: a alegria, a ação de graças e o testemunho, mesmo na consciência da contradição e da dor.
Lucas termina sua narrativa voltando ao cumprimento da lei, embora agora já não diga “de Moisés”) (v. 22), mas “do Senhor” (v. 39). Assim, o evangelista apresenta Jesus e seus pais obedientes ao que o Senhor ordena através de sua Palavra. Nesta atitude, o autor também está propondo modelos de ação para seus leitores. Não se narra a apresentação do Senhor somente para fazer uma referência à infância de Jesus, senão que os textos são ensinamento e desafio de fé para quem os lê.
2. MEDITAÇÃO
O que o Senhor me diz no texto?
O Papa Francisco escreveu a Exortação Apostólica Alegria do Evangelho (novembro/2013). A seguir, confrontamo-nos com o texto do número 3.
Convido todo o cristão, em qualquer lugar e situação que se encontre, a renovar hoje mesmo o seu encontro pessoal com Jesus Cristo ou, pelo menos, a tomar a decisão de se deixar encontrar por Ele, de O procurar dia a dia sem cessar. Não há motivo para alguém poder pensar que este convite não lhe diz respeito, já que «da alegria trazida pelo Senhor ninguém é excluído» [Paulo VI, Gaudete in Domino]. Quem arrisca, o Senhor não o desilude; e, quando alguém dá um pequeno passo em direção a Jesus, descobre que Ele já aguardava de braços abertos a sua chegada. Este é o momento para dizer a Jesus Cristo: «Senhor, deixei-me enganar, de mil maneiras fugi do vosso amor, mas aqui estou novamente para renovar a minha aliança convosco. Preciso de Vós. Resgatai-me de novo, Senhor; aceitai-me mais uma vez nos vossos braços redentores». Como nos faz bem voltar para Ele, quando nos perdemos![1]
Agora perguntemo-nos:
O Senhor está-se revelando constantemente. Qual é nossa reação diante do Salvador que vem e se apresenta? Ao vermos a família de Nazaré dando cumprimento à lei do Senhor, pensemos: como vivemos a obediência ao que o Senhor diz e ao que a Igreja ensina?
3. ORAÇÃO
O que respondo ao Senhor me fala no texto?
Hoje, quando o Senhor se faz presente em sua Palavra, ele está pronto para escutar você:
“Senhor Jesus Cristo,
que tua presença inunde completamente meu ser,
e que tua imagem se imprima a fogo em minhas entranhas,
para que eu possa caminhar à luz de tua imagem,
e pensar como Tu pensavas, sentir como Tu sentias,
agir como Tu agias, falar como Tu falavas,
sonhar como Tu sonhavas e amar como Tu amavas”
Padre Inácio Larrañaga
4. CONTEMPLAÇÃO
Como ponho em prática, me minha vida, os ensinamentos do texto?
Concentremos nosso pensamento no encontro com o Senhor e digamos:
“Meus olhos viram o Salvador!”
5. AÇÃO
Com que me comprometo para demonstrar mudança?
Ana e Simeão reconheceram Jesus, deram graças a Deus e falaram dele a todos.
Agradeça a Deus por enviar Jesus para nossa Salvação e conte a um amigo próximo o que Deus fez em sua vida…
A lembrança das maravilhas de Deus vem da leitura,
e do conservar as Escrituras nasce a verdadeira meditação”.
São Basílio
[1] http://www.vatican.va/holy_father/francesco/apost_exhortations/documents/papa-francesco_esortazione-ap_20131124_evangelii-gaudium_po.html#_ftn1