“O seu nome é Senhor; alegrem-se na sua presença”
1 de setembro de 2013Evangelho – Lc 4,31-37
3 de setembro de 2013Evangelho – Lc 4,16-30
Naquele tempo: Veio Jesus à cidade de Nazaré, onde se tinha criado. Conforme seu costume, entrou na sinagoga no sábado, e levantou-se para fazer a leitura. Deram-lhe o livro do profeta Isaías. Abrindo o livro, Jesus achou a passagem em que está escrito: ‘O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção para anunciar a Boa Nova aos pobres; enviou-me para proclamar a libertação aos cativos e aos cegos a recuperação da vista;
para libertar os oprimidos e para proclamar um ano da graça do Senhor.’ Depois fechou o livro, entregou-o ao ajudante, e sentou-se. Todos os que estavam na sinagoga tinham os olhos fixos nele. Então começou a dizer-lhes: ‘Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir.’ Todos davam testemunho a seu respeito, admirados com as palavras cheias de encanto que saíam da sua boca. E diziam: ‘Não é este o filho de José?’ Jesus, porém, disse: ‘Sem dúvida, vós me repetireis o provérbio: Médico, cura-te a ti mesmo. Faze também aqui, em tua terra, tudo o que ouvimos dizer que fizeste em Cafarnaum.’ E acrescentou: Em verdade eu vos digo que nenhum profeta é bem recebido em sua pátria. De fato, eu vos digo:
no tempo do profeta Elias, quando não choveu durante três anos e seis meses e houve grande fome em toda a região, havia muitas viúvas em Israel. No entanto, a nenhuma delas foi enviado Elias, senão a uma viúva que vivia em Sarepta, na Sidônia. E no tempo do profeta Eliseu, havia muitos leprosos em Israel. Contudo, nenhum deles foi curado, mas sim Naamã, o sírio.’ Quando ouviram estas palavras de Jesus, todos na sinagoga ficaram furiosos. Levantaram-se e o expulsaram da cidade. Levaram-no até ao alto do monte sobre o qual a cidade estava construída, com a intenção de lançá-lo no precipício. Jesus, porém, passando pelo meio deles, continuou o seu caminho.
Para refletir…
“Santo de casa não faz milagre”; “em casa de ferreiro o espeto é de pau”… Várias são as expressões populares que se aproximam do que Jesus denuncia no Evangelho de hoje: o fato de que é mais difícil anunciar o Reino e vê-lo concretizar-se em nossas próprias casas, em nossos ambientes mais íntimos. No Evangelho de Mateus (Mt 13, 54-58), diz-se que Jesus fez, ali, poucos milagres, pois fraca era a fé do povo.
Talvez, em minha vida, o Reino não apareça porque eu não acredito que quem pode curar minha cegueira pode estar tão perto… Talvez eu vá atrás de liberdade quando ser livre está tão perto de onde estou… Será que eu sou como os conterrâneos de Jesus? Eu também tenho dificuldade de ver a ação de Deus através de quem e do que me parece tão ordinário? Nazaré não cria que de dentro de si sairia o salvador… Eu também tenho dificuldades para crer que a alegria, a paz e a justiça de que o mundo necessita podem – e devem – sair de mim, que sou tão pequeno, sem visibilidade ou destaque?
Creio que a graça do Senhor – a Boa Nova – que liberta os oprimidos e faz verem os cegos é esta: a certeza de que Deus passa por caminhos tão improváveis sob a nossa perspectiva, pois faz brotar o Reino de sementes tão pequenas como o grão de mostarda; faz o mundo ser outro por meio de pessoas que, como eu, nasceram em uma cidade qualquer, em alguma de tantas famílias, com a distinção de saber-se muito amado por Deus e ter, sobre si, o Espírito d’Ele.
João Gustavo Henriques de Morais Fonseca, graduando em Direito, UFMG – Família Missionária Verbum Dei